Derluh Dantas
Três horas da manhã... Não consigo dormir e minha mente vagueia
por vales coloridos, belas relvas e boas músicas. Um pensamento entra por baixo
da porta e ilumina os olhos, fazendo algumas lágrimas rolarem pela face. Nesse
pensamento uma certeza clichê me ocorre: cada existência nesse mundo, por mais
comum, simples ou complexa é única, exclusiva... Cada passo dado é uma
experiência distinta, ainda que se assemelhe com outros momentos, não há nada
de total semelhança.
Pois, eu já apanhei na rua pela forma de andar, já gargalhei por
gases que escaparam fazendo barulho enquanto eu sozinho ouvia Bethânia, já
chorei por um filme que os outros acreditam bobo... Já amei e me decepcionei
tantas vezes e quis mesmo morrer em algumas delas, mas não morri... Sobrevivi
para tantos outros cantos, sentidos e poesias. Conheci pessoas que me
provocaram belos sentimentos e outras que me fizeram querer ser mal,
assassino... Porém, não matei ninguém.
Eu já tive vontade de abraçar um
desconhecido na rua e dizer que não precisava abaixar a cabeça, tudo iria ficar
bem. Tive vontade algumas vezes de parar e olhar nos olhos daquela criatura
cabisbaixa e dizer que ela é linda, não importa o que os outros digam, nem
mesmo eu!
Eu só queria mesmo dizer que somos vitoriosos, ainda que o julgamento
seja contra, estamos vivos e esse dom foi nos dados em particular para
compartilharmos apenas a quem for de interesse e de bem! Uma bobagem isso, mas
foram essas palavras que me surgiram nessa madrugada de sexta...
Somos belos do que jeito que somos... Sim, alguém nos admira desse jeito e está na hora de sentirmos orgulho das tantas coisas que passamos até aqui e adiante... Sendo assim:
- Namastê! - A divindade que há em mim saúda a divindade que há em você...
Sorriso!
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