Derluh Dantas
Toda aquela ansiedade nos lábios, nos olhos, fora provocada
pelo telefonema que não recebeu e por não terem atendido sua ligação. Qual erro
ela cometera dessa vez? Tentou refazer os passos em sua mente, mas nada parecia
motivo suficiente para causar aquele aparente abandono. Passou o dia na cama,
era 21h e ela quis dormir um pouco mais. Depois de muitas lágrimas e o quarto
escuro, resolveu tomar um banho em frente ao espelho. Enquanto sentia a água
fria despertar seu corpo, arrepiar seu pelos, olhou no reflexo os seus olhos
ainda marcados pelas lágrimas da noite. No espelho se viu como uma mulher bela
e molhada, ela acabou sorrindo para si mesma, logo ficou tímida, achando que aquele
sorriso fora loucura de sua mente. Olhou em volta e estava sozinha, apenas o
chuveiro, seu sorriso, seu corpo e seu próprio reflexo no espelho. Como sabia
que a loucura a libertava de algumas dores, resolveu se entregar aos delírios
de sua criatividade e pensamentos. Deixou que o reflexo tomasse corpo para fora
do espelho, mas o reflexo mudou, se transformando em outra mulher. Uma ruiva,
de seios empinados, barriga lisa e um lindo quadril. Essa mulher que agora se
aproximava para o banho, tinha os olhos de lince, a pele morena, como a
personagem Iracema, aquela “virgem dos lábios de mel”, no caso em questão, a
ruiva de nada parecia inocente. Pegou-a pela cintura, dando-lhe um beijo ainda
mais molhado do que o chuveiro conseguia deixá-la. Aquele beijo a fez tremer
por dentro, desejou que aquela mulher a possuísse como uma virgem, deixou-se
levar pelo reflexo mais sedutor e experiente. A ruiva, enquanto beijava-a de
língua, tocava-a delicadamente em todo seu corpo. Apertava os seios, puxava-a
para mais próxima de si. A mulher que havia entrado triste naquele chuveiro,
agora em sua fantasia era tocada por uma outra mulher. No espelho o reflexo era
daquela bela morena a desvendar seu próprio corpo com caricias, mãos, dedos... O
chuveiro de água fria, se tornou agora uma torrente quente de delírio e tesão.
Na mente de Cristina, a ruiva a lambia os lábios, o pescoço, mordia-a levemente
os seios, o bico, lambia a cintura, descia ao umbigo e voltava a beijar os
lábios, os grandes lábios, os inferiores, ela apertava o quadril. As duas
começaram um possuir mútuo enquanto o chuveiro molhava aquelas ninfas. Porém, a
umidade que sentiam era a de dentro para fora, da luxúria que se entregavam àquela
cena. Ao chegar ao nirvana, Cristina soltou um urro e se entregou ao chão
molhado, no reflexo a ruiva sorria nua se despedindo de sua amante. Cristina se
arrumou, colocou o seu vestido vermelho, sua melhor lingerie negra e saiu para
se divertir. No bar, onde parou para um drink
de coragem, ela viu na extremidade do balcão uma mulher que mais lhe parecia
uma miragem, era a ruiva de seu banho sorrindo para ela como no reflexo do
espelho...
Um comentário:
uuuuaaaaauuuu excitado
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