Derluh Dantas
O som em volume máximo... Acordei cantando músicas do alto, coisas do
terreiro lá de baixo. Pés no chão e corpo nu, dançando com remela nos olhos.
Banho frio e mais samba. Uma roda de música e vontade. Coisa do querer e do
cantar. Quero rodar com a menina de saia rodada, com os erês no terreiro - Dançar. Vamos gritar de pés no chão e sem poeiras ao coração. Acordei com esse
samba a rodar e em silêncio fiquei a desejar todo o dia... A noite anuncia o querer
mais forte, gritar. Onde está aquele Xangô de belos braços? Aqui precisando de sua
coragem... Vem me tirar pra rodar!
A subir no pé de caju... E correr solto por aí. Girar na roda e na
cantiga, ser mais livre que a menina. Voar por entre o som dos tamborins. Ser
poesia em brisa...
Música, cantiga. Louvor ao tempo de correria. Sabedoria. Dança
de jovem bisavó. Coisa da antiga. Cantiga. Samba de roda e Bonfim. Vem no
canto, Tranca Rua e Padilha, vem fazer dança em mim. Canto de reza, fé e
louvor. Encanto. Lua e sereia... Sagrada por natureza. Pura alma de homem livre
a amar, cantar, beijar. Desejo enamorar.
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