Derluh Dantas
Pegou a mochila e decidiu que já
era hora de ir embora... Sabia que naquela casa todos o amavam de verdade, mas
a casa já estava sufocando seus sonhos e o excesso de amor prendia suas asas.
Ele saiu com o coração apertado e um tanto de lágrimas represado em seus olhos,
algumas teimavam escapar pelo nariz, mas ele tentava manter-se firme em sua
decisão: ir embora. Saiu pela porta enquanto sua alma despia-se, trocava de
pele, mudava de cor... Nos primeiros dias pensou em voltar para casa, a grana
estava sumindo, a grama já não existia no jardim, nem mesmo havia jardim. Todas
as noites ele pensava onde estavam todos aqueles amigos que diziam “para sempre”,
perguntava-se onde estava o otimismo que ouvia lá fora, já estava se
desesperando. Em meio ao completo caos, parou por um segundo diante do espelho,
era manhã, uma manhã de segunda. Ele saiu daquele apartamento apertado e foi em
busca de seu verdadeiro emprego, não conseguiu. Então, à tarde, foi espairecer
junto ao mar e teve uma ideia compor suas poesias e arriscou publicá-las. Depois
de algumas tentativas frustradas, lançou seu primeiro livro meio autobiográfico
– contos, crônicas, poesias, algumas rimas... Foi assim que me imaginei um dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário