Além do que se vê'

Derluh Dantas

Quando você chegar, não se assuste com a bagunça. Ou se assuste. Já não tenho certeza se você existe. Um dia desses, eu achei que você fosse um sonho meio insano, um canto óbvio de alguma canção exagerada de amor, de amigo, de um sentimento já tão floreado, que se faz inatingível. Eu cheguei a me perguntar se em algum momento nossos caminhos já se cruzaram, se talvez já nos fomos apresentados ou trocamos olhares em algum canto, curtimos alguma bobagem nessas redes sociais, acredito que não, melhor achar que não. Talvez, tenhamos nascido em tempos distintos e nessa existência não haverá o tão esperado encontro. Acho que melhor assim, as finanças não estão muito boas, as emoções tão um caos, o país vive um dilema ético e uma grande crise cultural e política/social. Eu não sei se teríamos como viver numa casa no campo e eu queria mesmo era agitar esse palco social, propor e lutar por mudanças e melhorias sociais, ir às ruas por direitos e respeito. A gente bem que poderia ser como o casal Prestes e Benário ou Kahlo e Rivera... Se bem que precisamos de um toque meio Madame Satã, meio do começo ao fim, planejar revoluções e transar por celebração ou por busca de novas alternativas. Confesso que quando você chegar, eu terei medo e posso tentar te afastar de nós, mas acredito que como uma mágica meio boba, nós dois burlaremos essas armadilhas e juntos agitaremos o microcosmo de nossas relações socais. Ah! Que se dane o ser adulto e racional, apenas vem e vamos colorir este caótico mundo, vem!

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