Cássia Eller!

"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa,meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração"
Renato Russo


Não preciso dizer mais nada!

"Só que eu não sei usar amor
Às vezes arranha
Feito farpa"

De: Clarice Lispector
"If you ever leave me
Leave some morphine at my door
'Cause it would take a whole lot of medication
To realize what we used to have,
We don't have it anymore."
By: Bruno Mars
Tradução:
Se você me deixar
Deixe um pouco de morfina na minha porta
Porque seriam necessários vários medicamentos
Para entender que o que costumávamos ter,
Não temos mais.
 

Eu Reflito!


Eu
Choro e escrevo
Escrevo e choro
Perco-me
Derlour Dantas
O que você faria? O céu amanheceu colorido e chovendo flocos de algodão doce. A felicidade transpassava todo o asfalto cinza e se rompia em belos fogos de artifício. Era tudo magicamente divertido e lindo. Havia unicórnios e fadas bailarinas. Existia também uma cachoeira de desejos, que bastava você piscar os olhos e ela poderia se transformar numa fonte de chocolate ou mesmo de estrelas. Era tudo como um suspiro do desejo, uma fábula divertida de alegria e fantasia. Mas não me cabia. Eu era desencaixe e fui banido. Fui condenado ao mundo concreto e real, aqui as chuvas apenas são gotículas de água gelada, sem aquecimento ou fantasia. Os cavalos sofrem atentados e cachorrinhos são espancados por mulheres que se perderam da maternidade, da humanidade. No mundo onde fui condenado as pessoas matam por dinheiro e pelo mesmo se paga a vida. Aqui elegemos os piores de nossa raça para nos representarem, mas existe gente de bem também. No mundo onde fui deixado o improvável se torna rotina e nos acostumamos com a surpresa, a vaidade e por vezes a maldade. Temos uma arma que talvez você que viva do lado de lá não conheça, temos esperança, acreditamos que um dia nosso mundo possa se tornar um lugar melhor, de belas fábulas. Mas até lá, o que você faria?

Solidão a dois'


Derlour Dantas
Ficar sozinho na companhia de outros, não é algo tão estranho. É uma ambivalência que todos passamos pelo menos mil vezes na vida. Eu acho mais incômodo do que estar sozinho no silêncio da falta e da ausência. Na ausência do outro, ao menos temos as boas lembranças, a saudade e uma esperança brincalhona de que logo mais nos encontraremos de novo. Mas na solidão em companhia, ou solidão a dois como cantou Cazuza, ficam um silêncio pesado e alguns barulhos sussurrados de incompreensão, vontade e frustração. Confesso que agora tenho saudades da boa companhia à noite, dos torpedos durante o dia e ao início dele, tenho vontade de carinho... Mas isso não passa de um ‘draminha’ decorrente da minha própria frustração de ser menino!

"...is this destruction or just quiet protest
against loneliness"
By Kings of Convenience

Tradução:
"...seria isso destruição ou apenas um protesto calado
contra a solidão"

Freedom, Another Owner'


Derlour Dantas
Eu pensei em narrar uns fatos isolados e metaforizar com meu olhar. Pensei em falar do tempo atual e sobre a temperatura do ar. Eu imaginei até em discursar sobre incoerências, contradições e uns charlatanismos cristãos [vender salvação, chaves de abrir caminhos, águas que curam e essas coisas...]. Porém, não quero mais. Estou querendo um abrigo aconchegante e um unicórnio colorido de proteção, poderia também ser alado. No momento estou divagando em “Freedom And It’s Owner” do Kings Of Convenience. Descobri essa dupla norueguesa tem pouco tempo e confesso que o som dos caras me conquistou inteiramente. Agora ficarei em “silêncio” nessa viagem sonora...
"A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie."
Arthur Rimbaud

Tradução:

A tudo oprimida,

Por delicadeza

Perdi minha vida.


"The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth"
By: Kings of Convenience

Terça de chuva ¹

Derlour Dantas
Tentei fotografar a chuva. Essa tarde, eu tentei me entregar as gotas, lágrimas belas que o céu despojava sobre a terra. Eu quis gravar o momento, eternizar aquele tempo em um frasco bem pequenino. Mas meus olhos não conseguiram. Tentei captar a imagem estática de gotículas que encontram a gravidade, mas não consegui. Agora penso o que fazer... Ouço uma música alegre em melodia triste, escrevo algumas palavras e me lembro, me lembro de mim ao seu lado. Somos tão distintos que às vezes dá medo de te atrapalhar. Outras vezes, como sempre, eu gosto, arrisco, assim se faz a diversidade da vida: nos juntamos, convivemos, vivemos e transformamos nossa diferença e diversidade em uma terceira coisa. Amar. Acho que assim foi à mensagem da vida para mim essa tarde: A diversidade da chuva e do sol ao mesmo tempo com seu encontro em um novo aroma de felicidade.
"It's not just my pride
It's just 'til these tears have dried"
By: Amy Winehouse

Em silêncio. . .

Derlour Dantas

Eu descompasso. Não sei brincar de ciranda, nessa roda torpe, humana, de concretos. Gosto do cheiro da chuva e do som da madrugada. Não sei acompanhar o ritmo Techno, tampouco as divisões humanas, no fundo eu era para ser outro bicho, salamandra... Estava indo ao sono, mas as palavras eram tantas. Descarregar é preciso, viver nem tanto... Parafraseando pobremente o Pessoa. Perdi a rima e o ritmo, não era mesmo para ser poesia. Eu queria que as lágrimas fossem de estrelas pequeninas, ao menos haveria um brilho. Um minuto, ninguém vai ler isso e os alguns que lerem, possivelmente, não entenderão. Resumindo: estou um caos dentro e fora de mim!

Perdi mais uma oportunidade de ficar ocultado e em silêncio, todos ganhariam mais! Poupe-me, pelo menos por agora, das críticas...

Azul escuro quase negro ¹

Derlour Dantas

Pensei em escrever, dizer tanta coisa que acabei me perdendo. Pensei em falar sobre a criança loira voando contra o vento que vi essa tarde. Ou mesmo falar sobre as curvas sinuosas que senti das brisas noturnas. Queria até mesmo falar do céu tão azul que estava quase negro, sem estrelas e sem luar... Eram tantas coisas para serem ditas ou descritas, que me perdi. Agora o que ficou foi um vazio singelo e silencioso. Um incômodo tão pequenino que quase não sentiria se não fossem as palavras soltas no silêncio. Eu tentei te contar besteiras, mas não tinha ninguém do outro lado da linha para me escutar...

Vamos brincar de novo para sempre?

Derluh Dantas
Asas azuis e outras tantas laranjas, ambas com bordas pretas. Às vezes tenho medo de estar fazendo tantas outras coisas que não consiga mais percebê-las. Jogava gude e empinava pipa quando tinha medo do monstro de baixo da cama. Eu não sabia cozinhar, ainda não sei, mas antes me acreditava ser um grande mestre gourmet. Na areia da praia, no meio fio da rua onde tantas pessoas se apressavam e eu apenas corria por gostar de correr, em meio ao mato por cortar eu encontrava coisas perdidas, esquecidas e assim construía meu tesouro. Antes eu pulava e em um pulo desgrenhado eu alcançava as nuvens fazendo a chuva bailar. Eu não quero me esquecer das coisas perdidas, das brincadeiras e das tantas coisas coloridas. Porém, algo mudou, eu tenho dores de cabeça e responsabilidades que me fazem não querer. Eu sei de quase tudo isso, mas: Júnior, vamos brincar de picula, esconde-esconde, casinha? Eu quero brincar com você de colorir essa rotina cinza... Vamos ser parceiros de brincadeira até o “para sempre” arvorecer e a gente poder brincar de ser grande e ser novamente livres depois do anoitecer?

Eu quero brincar...

Derlour Dantas

Meu faz de contas infantil? Eram tantos, imaginava que ter 18 anos seria algo tão diferente do que foi. Eu cheguei a pensar que algum dia encontraria um tesouro mágico ou iria descobrir que era uma alienígena ou ser mágico perdido na forma de um “normal”. Meu brinquedo preferido era um misturador de drink’s de cristal, que minha mãe guardava no baú que eu achava ser de materiais mágicos. O misturador parecia uma vara mágica de condão, tinha uma ponta azul e o resto era um cristal translúcido e frágil. Um dia qualquer o quebrei com minha total desastrice que me acompanha. Eu pensava que ser grande era divertido, que eu poderia ser livre e experimentar a liberdade. Agora sei que a liberdade era aqueles dias de criança em que sabia do monstro de baixo da cama e das fadas entre as flores mágicas que me divertiam. Júnior, que brincar comigo? Para sempre?

Sobre a Liberdade' - parte I

Derluh Dantas

Eu não sei. Estou atrasado, mas o sol me parece um paraíso nocivo. Tenho dores de cabeça à noite pelo peso do sol durante o dia. Apaguem as luzes, liguem o vento e deixem a água transcorrer as veredas. Quero inundar minha mente. Quero apagar minhas lamparinas da razão e descansar por um segundo. Após o descanso quero atravessar o mar, correr as ladeiras e encontrar a Liberdade. Na Liberdade o meu amor estará sorrindo com um abraço disposto nos braços. Na Liberdade, o Curuzú se fará festa e ninguém nos olhará diferente ou assustado, à final nosso amor será calmo e respeitado, como todo amor deve ser!

Direitos cessados e cigarros!

Derlour Dantas

Não sou a favor do cigarro, tampouco fumo ou sou fumante. Até mesmo quando alguém fuma próximo a mim eu prefiro me retirar ou não ficar na mesma direção do vôo da fumaça. Porém, sou contra essa nova caça as bruxas. Parece que sempre temos que dizer que o comportamento alheio é errado, punir, adaptar. Ouvi dizer que as campanhas contra o cigarro eram para o bem estar geral, até mesmo do fumante, será mesmo? Não perguntamos mais o que as pessoas desejam sobre suas próprias vidas, apenas punimos e adaptamos ao que o “senso comum” determina, sendo que esse senso de comum só tem a dominação de um sobre todos os demais. Pior que tem gente que acredita, internaliza e nada reflete a seguir ou além do que traz a mídia.


Sejam livres para discordarem com opiniões e argumentos criativos e próprios, mas antes entendam o que foi dito... #ficadica

Felicidade - Marcelo Jeneci e Laura Lavieri [vídeo clipe]

Acho que vale a pena dá uma conferida...

Confesso: essa música, o som, as imagens e os sorrisos
A chuva e o sol por entre as nuvens, a ladeira e o violão
Fizeram-me lembrar de mim
As vozes tocaram-me a alma
Eu chorei e sorri
Feito para prosseguir...
Marcelo Jeneci & Laura Lavieri
Música: Felicidade
Composição: Marcelo Jeneci / Chico César
Albúm: Feito para Acabar
Ano: 2010
Gravadora: Som Livre

Ciranda

Derlour Dantas

Pitanga e carambola. Era jabuticaba e ingá no fim da tarde. O doce de acerola só na casa de vó, aos gritos de vô reclamando do barulho. Era ambrosia ou doce de leite, feito por mãe com colher de pau e panela gigante. Tudo era de graça, pelo menos para mim, tinha na cozinha, no quintal de casa. Era o mandamento ao banho e as roupas sujas de lama e de poções de folhas e flores amassadas. Acreditava que podia ter mágico poder. Quem sabe um dia não aprenderia a voar... eram minhas coisas de criança!

Imagem do dia:

Faz parte do show'

Derluh Dantas

A vida não me convence, algumas vezes chega perto. Fazendo um resumo real do dia de hoje: fui para o aniversário meu bisavô, na data de hoje ele completa 100 anos, um século de vida. Na hora dele se arrumar para o dia, ele lembrou-se da esposa, minha bisavó que faleceu tem uns anos, ele queria que apenas ela penteasse seu cabelo; Chegando a nossa cidade fomos visitar minha avó, falamos de dormir e morrer nas entrelinhas. Ao chegar a nossa casa o telefone toca, não quis atender, tive medo. Minha mãe pareceu relutar, mas meu pai já havia saído e o telefone não parava de tocar. Do outro lado da linha a noticia, meu avô paterno faleceu. Não sei se deveria postar isso... Mas tive vontade de contar a alguém os trechos mais relevantes do meu dia, porém isso não interessa nem um pouco é o que dizem.

Imagem do dia:

Retinas de aborto'

Derluh Dantas
Apenas sombras, cintilantes retinas nuas,
Apenas noite, nubladas e luminosas luas,
Apenas asas, vontade de fincar o pé nas alturas

Apenas dores, um sopro fugaz em dados marcados,
Entrelaçados desejos, apenas meninos,
Sujeitos mimados em busca de abrigos.

Sonho de ìcaro,
Asas de seu pai e seu destino,
Inevitável queda e lamento,
Desatinos.

Assim se faz Dédalos,
Ícaros meninos,
Voando próximo ao sol e rente ao mar,
Caindo em oceanos de sentidos!

Apenas um conto, uma poesia dramática
Um poema entorto sem métricas ou rimas,
Apenas um um tempo a mais perdido,
Roubado do ostracismo diário,
da rotina.
Voo e Vida!

Derlour Dantas

Eu tenho vontade de chegar à praia a noite. Ficar descalços e deixar as ondas tocarem minhas panturrilhas, até molhar a barra da bermuda. Quero ficar em silêncio ouvindo o som cadenciado e melódico do mar, da noite. Eu quero deixar as ondas me acertarem, o vento bagunçarem meus cabelos e quem sabe algumas lágrimas caírem. Quero sentar na areia, sozinho como de costume, olhar o céu estrelado, sem lua. Ficar comigo, deixar algumas dores escorrerem por entre as lágrimas, caindo leves no chão. Ficar por um segundo sem pensar em nada e esboçar um sorriso sincero bem lá do fundo.

I'm Scared

Derlour Dantas

Ninguém nunca vai entender o que sinto. Acho que o sangue só incomoda quando mancha o chão, ou algo do lado de fora. Quando a alma sangra é algo pequeno e sem importância, menos para você, você é quem sangra. Tenho saudades de quando o colo de mãe podia ser o abrigo mais seguro do mundo, de quando deitar sobre o peito do pai me fazia dormir. Eu quero chorar quando sentir dor, sem em seguida sentir vergonha por isso. Eu tenho saudades de conversas divertidas, que não davam em lugar nenhum, mas todos podiam discutir, sorrir, ser integrado aos acontecimentos. Do tempo em que uma briga não durava mais que o surgimento do próximo assunto. Eu quero dormir!


[Sem Título]

Derlour Dantas
Apenas é assim. Eu não sei. Quem se importa onde o outro está? Quando perguntamos “tudo bem”, a resposta imediata é “sim e você?”. Mas, como estamos de verdade? Tenho uma dor que não dói, é uma angustia misturada com esse céu nublado. Noite passada eu não consegui dormir, era um choro contido por não saber o que sentia. Tenho um parente internado, um estômago doído e uma alma pobre, a chuva não me deixa sorrir. Ou melhor, a chuva me fez boa companhia essa tarde. Estou me sentindo cansado, corpo desanimado e mente atrapalhada. Não tenho criatividade alguma para saber sair. Eu sinto a dor de não sentir... Ouvi meu pai chorar como nunca ouvi e ao invés de mostrar apoio, preferi fingir dormir. Tenho fingido muito, fingido estar bem. Acho que é mais fácil fingir felicidade, do que mostrar de verdade o se passa comigo. Sempre dizem que não tenho motivos para ser triste, mas no fundo acho que essa é minha provável verdade. Quero chorar, mas a dor de não sentir não me permite. Então fico aqui, como um ser meramente apático!

Agora a pouco...

Derlour Dantas
Agora a pouco me olhei refletido no espelho, tentava encontrar o fundo dos meus olhos. Agora a pouco as lágrimas rolaram por minha face, diminuindo o tremor das mãos, diminuindo o frio que sentia por dentro. Agora a pouco quis nunca ter existido, mas havia meu reflexo no espelho, havia minha mãe me apressando o banho, havia a melodia dramática do Renato Russo. Agora a pouco tentei sorrir e o sorriso veio acompanhado de um soluço. Agora a pouco me lembrei dos bons amigos que tive oportunidade de encontrar; lembrei-me da minha mãe falando que o chocolate granulado só estava fechado porque eu ainda não tinha chegado - agora que cheguei já abri e acabou. Agora a pouco quis mergulhar no escuro, quis me entregar a mata densa e selvagem de uma selva virgem, sem civilização ou outro humano além de mim. Agora a pouco quis ser apenas esse reflexo turvo, essa imagem desfocada e sumi quando se apagarem as luzes para nunca mais voltar. Agora a pouco senti medo de ter pensado isso, quis agradecer. Agora a pouco morri por alguns minutos ou horas, agora a pouco eu vivi!

Is It Just Me?


Derlour Dantas

Eu sou culpado: Eu não caibo nesse mundo. Sempre que ocupo um espaço, logo descubro que pareço estar no lugar errado. Eu havia acreditado que a vida tinha permitido eu tentar ser feliz, mas minhas verdades parecem machucar e as mentiras e omissões, escolhas presentes do outro me atordoam. Eu quero deixar a vida fluir, deixar que as coisas aconteçam, mas estou tão cansado. Por que mentiu para mim? A indiferença não intencional já machucava tanto. Essas lágrimas, os tremores, a dor nessa alma que sangra não é nenhuma novidade. Porém, obrigado, graças ao intervalo que a vida me proporcionou algumas vezes fui feliz. Acho que desabafo na esperança de alguém ouvir, se importar e quem sabe dizer que viver vale a pena. Apenas são muitas correntezas e minha única vontade é afundar, ser enterrado pelas areias, ventos e ondas do mar. Ou simplesmente, nunca ter existido, nem como uma ideia fantasiosa de um louco em abrigo!

A quem me ouvir:

Derlour Dantas
Sonhei com minha morte. Eu quis contar a alguém, mas a rotina tinha outros planos. Sonhei que uma sombra segurava minha cabeça e eu sentia meu corpo pesar sobre a cama. Ao toque da sombra em minha testa, eu me vi caindo no chão da cozinha com um copo de água límpida se estraçalhando em minha mão. Minha morte me pareceu libertadora, indolor e rápida. Morrer parecia ser o voo de vida que sempre esperei ao piscar os olhos. Não havia nem lágrimas nem sorrisos, apenas meu corpo tocando o chão. Quando percebi acordava em outro sonho:
Estava caminhando em um chão macio e esverdeado, os raios do sol pareciam surgir de nuvens negras. Agora um homem sem qualquer fio de pelo e de vestes multicor me indicava um caminho. Ouvi uma voz como um canto de sereia me dizendo: "você pode escolher voltar ou seguir". Eu apenas deixei meu corpo tocar completamente o chão, não escolheria nada naquele momento. Ficarei deitado, esperando que meu corpo e meu espirito se decidam.
Acordei diversas vezes na noite. Minha memória se dissolveu e parece que toda noite foi um momento a parte da vida que eu experimentei e vivi. Talvez meus cinco minutos de eternidade estão por vir!

Onde estará você agora?

Derlour Dantas
Não sei o que te aconteceu
Dói, me dói essa ignorância
Sou aquele roto desejoso
De simbiose real.

Não leio pensamentos
Minha análise de expressão
É embotada...
Tenho um tino intenso
Impulsivo ao emocional

Conta para mim, ainda que baixinho
Conta para mim, o que te faz mal

Queria te proteger de mim,
Da minha fatia bestial.

Vem ser meu abrigo
Deixar eu ser sua Doninha,
Seu porto, seu melhor amigo
Quero navegar em seus braços
Ser mar, mais, cais...
Ser colossais!

Conta para mim o que te dói
Quero cuidar de ti de verdade,
Assim posso experimentar a felicidade
Você é meu amor
Minha vida real!

Tenho cabelos negros'

Derlour Dantas

Não consigo conter... A represa se rompeu com o elogio dispensado ao outro, sem motivo, apenas elogio solto numa página de comentários em álbum de fotografias alheio. O que aquele elogio deveria significar? Nada!? Então porque ele estava ali? Não tenho cabelos azuis nem vermelhos, acho que já disse isso aqui. A dor aumentou dentro de mim, parecia que minha alma podia escapar pela boca... Agora aberta tentando encontrar o ar que escapou não sei por onde. Tiê, por favor, me faça um carinho, não fale de percevejos novamente, não quero saber de animais ou detalhes que me lembrem o quão “fofo” os outros podem ser. Agora percebo o quão sou doentio. Irei cerrar as pálpebras, talvez em sonho descubra como ser leve e fofo... Talvez, eu descubra como ser outro, não ser esse estorvo que vira e mexe me sinto. Percevejos e cores me assustam e me perturbam os sentidos. Eu posso mergulhar nessa noite e me dissolver em trevas, eu quero me transformar em silêncio e sombras... Assim, quando chegar as cores e o som, eu simplesmente deixe de existir por completo e sem lembranças ficarem por aí.

Cabelos Negros'

Derlour Dantas

Meus cabelos são negros, não tenho cores extravagantes nem grandes acessórios. Sou um menino de interior, meu rock in roll não passa de uma letra inteligível e uma melodia freneticamente tranqüila. Não sei nada sobre o pop nem daqui nem do lado de lá. Não me cabem elogios soltos, seja de beleza ou simpatia. Diria apenas que dentro da norma sou educado. Meus cabelos não têm tons azuis ou avermelhados. Meus cabelos são negros como a noite, como a escuridão de meus olhos. Não tenho atrativos, sou denso e cansativo, complexo e gosto de chuva. Diria que meu lugar pode se encontrar em meio ao mar, nas profundezas daquele lugar de cor indefinida. Verde ou azul? Não, eu gosto dele anil e daquele ar prateado na noite de luar. Meus cabelos são negros e isso é importante para mim!

If it hadn't been for love. . .

Derlour Dantas

A noite seria densa, de uma escuridão profunda. Haveria algo sobre fantasmas e máscaras difundidas. E a solidão-tristeza seria uma eterna e carrasca companhia. Eu iria querer mergulhar nessa treva, flutuar em seu ventre. Talvez eu possa me fundir com essa total falta de luz, cor e som. Eu quero virar noite, não ser peso nem massa. Quero que minha consciência e sentimentos se transformem em neblina, imperceptível. Eu quero meus ossos, minha pele, que minha carne se desfaça com o sutil soprar de uma brisa, aquela que nem conseguiu derrubar as gotas de orvalhas nas pontas da erva daninha. Eu quero voltar pouco antes da concepção, quero ser nada, nem mesmo um sonho louco de pais que querem um filho. Pode me fazer esse favor, noite fria?
Se não fosse por amor...

Apenas uma versão torta'

Derlour Dantas

Eu poderia apenas entregar meu corpo aquela cama, cerrar as pálpebras e me entregar ao sono profundo. Eu poderia deixar meu corpo inerte e libertar meus pensamentos, abolindo minha alma de todo pudor, consciência e regra. Eu poderia, mas não posso nem sei como fazer isso. Eu ainda espero que não haja um número limite para dizer e ouvir o quanto se ama. Eu quero que ao invés da briga virar rotina, que as pazes e as declarações se tornem constantes, enquanto as desavenças sejam raridades esquecidas. Eu queria que o “tanto faz” fosse aos outros e a mim fossem as mãos dadas. Tenho uma desavença comigo, não sei como agir ou me ajudar... Até os inimigos eles tem em comum e o que sobra a mim? Talvez as acusações de meu passado, de minha falta de tato ou apenas acusações de mim e nada mais. Eu gosto de ouvir a empolgação, gosto do olhar, gosto de absolutamente tudo que há nele, mas não sei como dividi-lo com o passado que ele parece não perceber, porém não me deixa caber.

A menina - Parte VII

Derlour Dantas

A menina pagã não conhecia sobre selos e músicas. Era cansativa e dramática, mas sabia apreciar o belo espetáculo proporcionado pela chuva e sabia em silêncio oculto chorar. Ela não entendia seus próprios sentimentos, era uma sensação estranha aquele medo, não conseguia abandonar o temor da possível partida. Ela precisava respirar. A menina de olhos e cabelos escuros queria o abraço apertado do menino alado, quis ouvi-lo dizer que tudo ficará bem, que é só trabalho. Ela sabia que em tempos atuais Jesus seria inevitável, mas esperava que fosse possíveis outros messias e amigos. Era pedir de mais. Ela precisava aprender a amar!

Antes da tentativa...

Celular em mãos...
Derlour Dantas
Que tal me contar uma novidade? Eu sinto muito Drummond, não sou um poeta tão bom para poetizar minhas retinas tão fatigadas. Nos fones de ouvido ouço um Blues que ninguém mais pode ouvir, música íntima. Todos já dormem dentro de casa e fora dela não sei dizer. Shakespeare poderia me dar bons conselhos essa noite, mas acho que vomitaria antes dele chegar ao meio de suas elucubrações. Talvez fosse bom abraçar São Nicolau, ganhar um presente de suas mãos, mas acho que as lágrimas seriam as mesmas. Talvez se eu fosse um personagem de algum Anime famoso, eu pudesse agora me transformar em um demônio e me explodir à luz do sol, mas teria que esperar o amanhecer e minha dor é agora. Não sei o que aconteceu, talvez a madrasta de Branca de Neve tivesse razão: as melhores maçãs ou estão envenenadas ou podem estragar-se fácil. E na vida real os príncipes se cansam um pouco mais rápido. Voltando a maçã, no meu caso fui envenenado e não sei como voltar. Perdão Lennon, "Imagine" me faz sofrer um bucadinho mais... Acho que mais uma vez nessa farta vida eu queira meu desejo egoísta morrer.

Lágrimas...

A menina - Parte VI

Derlour Dantas
A menina de olhos escuros, como uma noite sem lua, estava triste por ser tão egoísta. Jesus é um bom sujeito e amigo, ele apenas lhe provocava algo ruim com o sorriso e aquele olhar. Ela não podia fazer nada mais, apenas amar e esperar. A menina que mora numa toca não sabe amar, mas ela prometeu a si mesmo que irá conseguir e tentar. Não existe plano de dominação, nem más intenções. Ela precisa voltar à inocência do começo, acreditar que as pessoas antes de tudo são boas, ela precisa acreditar. E só então ela poderá voltar a voar com aquele menino alado... O único ser que ela quer acompanhar!

Sem título ou postagem ficaria melhor?

Derlour Dantas [talvez eu seja apenas um nome]
Não sei mais o que sou.
Um ser imaterial seria um desejo estranho?
Amorfismo de entulhos vazios,
Um tom cinza, opaco, translucido e inexistente.
Que tal apenas uma pequena pedra de brilhante,
Esquecido num fundo de um cofre frio,
Como me sinto
Ponto e vírgula seria um abismo
Silêncios e labirintos.

Aonde se escondeu aquela corda forte,
Ou mesmo a faca afiada que sabe cortar?
Vou voar no precipício.

Ser indefinido é falsidade de minha parte,
Tenho tantas definições aos olhos alheios,
Que ser falso, talvez seja o mais pacato adjetivo.
Não sei onde erro tanto,
Em que parte do caminho me fiz monstro destrutivo,

Agora não sei o que pensar, nem sentir,
Minha alma dói nesse corpo que sou,
Quero dormir,
Mas o sono não vem,
Vou cair!

Centésima postagem do blog... Parabéns, para isso aqui!

Santa Pesquisa: