Epahey Oyá!

Derluh Dantas
O som tocava no terreiro. Ela ouviu de seu quarto o atabaque e batuque, pulou a janela de pés descalços e com vestido e cabelos soltos, foi em busca do som, do furdunço. Lá chegando eram homens e mulheres negros, todos celebravam em som e dança o orgulho de sua fé e cultura. Era dia de Iansã e a moça se encantou com aquele encontro. Ela foi para roda de samba, de olhos fechados dançou como nunca se permitira... Era como se a deusa daquele povo a tocasse em luxúria, divindade e fantasia. Enquanto seus pés tocavam o chão e seus cabelos iam com o vento, seu corpo bailava a ciranda daquele povo... Seu corpo misto era o encontro de muitas culturas e etnias. E como toda moça bela e livre, sabia que casamento era um cabresto da sociedade para mulher, decidindo para si e para o mundo que isso não queria, não lhe cabia. De escolha própria, decidiu ser moça livre para toda a vida... Assim como a deusa que agora lhe encantara, Iansã, mulher de liberdade, metal e magia!

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