Derluh Dantas
Ele estava à beira do rio com o
olhar perdido pelas correntezas que pareciam levar para longe todas as suas
dúvidas, quando:
- Moço, o que perdeu em meio ao
nada para estar buscando no vento explicações? – Outro jovem o perguntou,
fazendo-o despertar de seu ostracismo.
- Como? – Sorriu sem saber o que
responder e se virando para conhecer a face de quem o interrogava de maneira
tão distinta.
- Eu perguntei o que faz aqui
sozinho olhando o vento e ouvindo a paisagem? – O rapaz sorriu de admiração
pela imagem que via e pela sinestesia que sentia por aquela cena do belo jovem
parecendo um arbusto ciliar, de olhar perdido...
Os dois iniciaram um diálogo
sobre o sentido das formas, das cores, dos próprios sentidos... Sentido e
palavras que qualquer outro, além dos dois jovens, não compreenderia. Era como
se aquelas almas estivessem predestinadas àquela margem do rio... Ambos se
entregaram as palavras que foram sentidas e acabaram se tornando personagens
únicos de um conto de amor que as palavras não poderiam expressar!
Conto esse
que ainda não conseguiu ser escrito...
Adendo solicitado pelo Carmim: ... e eles viveram juntos por
muito tempo, sem palavras que conseguissem narrar à intensidade daqueles
personagens depois do encontro... Nem tudo precisa ser dito, há coisas e
sentidos que só o sentir explora e permite.
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