Só sozinho'

Derlour Dantas

Tenho medo. Medo da morte e da distância. Da morte de quem amo e da distância de quem quero perto. Estou parecendo um anfíbio, antes vivia em lagos raso e poças de lama, depois que descobri os pés no chão, as asas e a respiração, eu não sei como voltar à solidão. Tenho medo de não conseguir viver esse paraíso. Estou cansado, com vontade de deitar, fechar os olhos e nunca mais sentir ou pensar nada. Porém, não quero que as pessoas que me amam sofram por isso. Não sei o que fazer, mas estou vivendo bem próximo ao abismo. Se aquele anjo de olhos cor de mel viesse me salvar com suas asas [felicidade]... Não quero mais continuar no vazio!

Pequeno dia em palavras'

Derluh Dantas
Sonhei com belas paisagens. Explosões de cor, mas que não agrediam nem um pouco as retinas. Eram como se energizassem a alma. Sonhei com os beijos em diferentes paraísos do mundo. Acordei com uma deslumbrante exibição do sol entre nuvens femininas. Os pássaros cantavam e davam piruetas no pé de acerola. O chão estava úmido com a chuva da noite passada. Tive que declamar meu amor...

Sobre incômodo'

Derlour Dantas

Alguém me explica porque estou tão incomodado? Ele diz que é um sujeito insignificante, mas esse sujeito está em todos os perfis possíveis de suas redes sociais. Ele diz que eu fui o escolhido, mas os amigos dizem que esse outro tem muito mais a acrescentá-lo. Possivelmente esse é um desabafo desnecessário, não precisa ser dito... Não consigo ficar calado com o incômodo que sinto. Pedro negou Cristo por três vezes, porque agora ele não pode ser negado por nós?

- Seremos felizes independente disso... São tantos sujeitos bíblicos, que eu só queria viver o humano que há em mim! E nosso amor apagará com esse incômodo, nosso amor não terá fim!

Eu me importo'

Derlour Dantas

Tem momentos, que eu não sei,

Meus olhos vagueiam pelas manchas do mundo,
Vejo dragões e filhotes de harpia, bicos e amor

Estou meio perdido nesse labirinto.

Condena-se o amor com a morte...
São lâmpadas e punição,
Pela simples presença, expressão.
Não somos tão ignóbeis assim
Tampouco menos humano que qualquer outro,
Então, porque nossa vida vale menos?

Confesso que não consigo entender,
Nas manchetes de jornais o mal parece ser maior
E o bem, apenas um sonho que alguém ousou ter...
Não sei o porque de tantas lanças e palavras,
Estou cansado de ver sangue, Bolsonários e Dourados
[Não consegui esquecer . . .]
O nazismo não mudou de teor ou cor,
Apenas veio pra mais perto de mim!

Não sei o que faz,
Uma pessoa ser capaz
De abandonar uma vida dentro de um saco plástico,
Assim como não sei,
Como somos capazes de eleger alguém que não vale a poeira,
E ainda concordar, defender e não indignar...
Tentar, movimentar, arriscar. . .

Perdi-me em meio as palavras,
Imagens e manchas que senti...
Meu peito sangra pela morte daquele,
Que não conheci,
Porque outro alguém se sentiu no direito,
No dever de determinar o que deve existir!


Santa Pesquisa: