Banho quente'

Derluh Dantas
Depois de um banho quente, pouco molhado e ainda pelado deito-me na cama. Deixo os pensamentos serem levados pelo vento que sopra lá fora. Enquanto me perco entre tantos devaneios, ele vem lentamente e me beija o pescoço, se deita ao meu lado. Começa a passar a mão em meu corpo, beija-me a face, o queixo, os lábios. Acabo por me entregar de corpo e alma aquele homem, aquele ser que na pele tem o contraste da cor, do gosto, do calor. Nossos pelos se misturam ainda tímidos, mas intensos. Nossas línguas umedecem-se uma com a outra. Salivas, carícias, declarações. Contato de pele. Abraços apertados fazem o desejo de simbiose aumentar, é como se pudéssemos contrapor a teoria de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Nossas mãos vasculham cada centímetro da pele do outro, do prazer, do tato. A água do banho em meu corpo se evaporou, foi na língua, no atrito da pele, no corpo do outro. Ele me invade, nossa primeira conexão interna... Nossos corpos se ligando à alma. Movimentos, ritmos, sussurros e murmúrios. O pescoço dele se torna meu melhor gosto. Lambo-o, beijo-o e mordo-o. Depois de alguns minutos desse vai e vem, desse dentro e fora de mim... Ele me permite invadi-lo. Sua primeira vez a ser tocado por dentro. Úmido, quente, aperto. Devagar e lentamente retribuo a conexão. Lá dentro explodo em frenesi de prazer e êxtase. Prazer!

Agora, estou em minha cama sozinho, suado e manchado de prazer... Agora um novo banho, dessa vez, banho frio!

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