Derluh Dantas
Limpa o terreiro e coloca as folhas no chão. Hoje é azul em cima,
verde embaixo e som de libertação... Quero os pés descalços, corpo com pouca
roupa, se possível nenhuma. Cabelos libertos, mãos livres, sorriso estampado e
cadência de samba. Avisa lá em casa que não tenho hora pra chegar, nem mesmo
sei se volto de lá... Minha sexta vai ser de terreiro, de samba de roda e boas
cantigas, cantorias, danças. Vou me libertar... Vou me entregar a essa vontade
intensa, me esbaldar, vou dançar! Chama as mulheres da antiga, chama as negras,
brancas, mulatas... Chama quem quiser chegar, seja daqui, ou seja, de lá, tanto
faz, cabem todos no terreiro, na roda de samba, todos que queiram sambar.
"Mamãe minha mãe mainha
Na senzala minha sala
Tenho a proteção de Oxalá
Ânsia de
iansã rainha
Sou o teu sinhô sinhá
Vem bater fazer iaiá
Um batuque na cozinha
Nega nega
neguinha
Nega nega
neguinha
Nem zumbi
impedia você de ser minha"
[Canto de Márcia Castro]
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