Ela morava numa toca na terra. Tinha cabelos e olhos escuros, como uma noite sem lua. Um dia resolveu sair para ver a chuva e sentiu o gosto de terra molhada em uma brisa fria. Ela gostava de cirandas, das cores que surgem quando a luz atravessa as gotículas de água. Ela pensou em sair para correr e cantar. Pensou! Quando olhou em volta viu os pássaros, viu alguns peixes sob a água turva do rio, pensou em ser diferente. Quis ser leve e inconstante para poder ser levada por aquela brisa que sacudia os galhos mais finos, fazendo as folhas pingarem gotas intensas de orvalho. Quis ser leve e voar!
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