Derluh Dantas
Asas azuis e outras tantas laranjas, ambas com bordas pretas. Às vezes tenho medo de estar fazendo tantas outras coisas que não consiga mais percebê-las. Jogava gude e empinava pipa quando tinha medo do monstro de baixo da cama. Eu não sabia cozinhar, ainda não sei, mas antes me acreditava ser um grande mestre gourmet. Na areia da praia, no meio fio da rua onde tantas pessoas se apressavam e eu apenas corria por gostar de correr, em meio ao mato por cortar eu encontrava coisas perdidas, esquecidas e assim construía meu tesouro. Antes eu pulava e em um pulo desgrenhado eu alcançava as nuvens fazendo a chuva bailar. Eu não quero me esquecer das coisas perdidas, das brincadeiras e das tantas coisas coloridas. Porém, algo mudou, eu tenho dores de cabeça e responsabilidades que me fazem não querer. Eu sei de quase tudo isso, mas: Júnior, vamos brincar de picula, esconde-esconde, casinha? Eu quero brincar com você de colorir essa rotina cinza... Vamos ser parceiros de brincadeira até o “para sempre” arvorecer e a gente poder brincar de ser grande e ser novamente livres depois do anoitecer?
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