Derluh Dantas
José Wilker morreu. Não, não vou virar um super
fã e traçar retalhos de sua biografia para falar de sua grandiosidade. Também
não irei falar dos mistérios que me surgem ao ler sobre sua morte ou sobre a
surpresa tamanha da mesma. Mas, essa notícia me veio um tanto inacreditável,
por um tempo achei ser mais uma piada dessas que surgem pelas redes sociais e
que falam de alguma baboseira qualquer. Porém, realmente foi uma morte, uma perda,
uma tristeza. Lágrimas não me surgiram pela morte do Wilker, mas fiquei triste
em saber da sincera liberdade da morte. Não sobre o ator que morreu, é sobre a
morte. A morte não manda um anúncio avisando de sua chegada, ela não sinaliza a
forma ou o momento que irá se fazer presente, ela simplesmente triunfa sem
roteiro prévio. Muitos pensarão que para quem tem um “Deus” – que só serve
aquele que mais parece um tirano – a morte nunca vencerá. Perdão, moribundos! A
morte não tem disso... Morrer é simplesmente estar ausente para um abraço, para
saciar uma saudade, para sorrir ou chorar mais um conto. E morrer me assusta,
não a minha morte, mas a morte daqueles que quero perto ou daqueles que por
algum insano sentido eu acho que teria perto se não fosse a morte. E assim,
fico triste e me lembro da dor do revés... Simplesmente, eu não abracei quando
a vontade surgiu, eu não liguei quando quis ouvir aquela voz, eu não tive um
assunto para ter um tempo a mais... E se aquele olhar foi o último – tudo
estranho, não sei mais o que dizer. A morte mexe comigo de uma forma estranha,
não precisa ser alguém que sei o nome, mas sempre que alguém morre me parece um
tropeço do universo. Quando morre, parece que uma luz se apaga no mundo e o
vazio triunfa em parte sobre o tudo. Mais uma vez eu tive medo de perder e
preferi o silêncio por não saber o que dizer. Só que eu “preciso”, eu quero
mais um abraço seu! O primeiro ou mais um.
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