Abre um parêntese's

Derluh Dantas, meu nome e quem vos fala:

Veio a inspiração saltitante... Sou tomado por uma energia frenética, muitas palavras, poesias e configurações me surgem, mas poucas conseguem tomar forma e sair. É a Lua que me inspira em seu tom dourado entre nuvens... A chuva que cadencia um samba descompassado, que faz a negra velha do outro lado sorrir e apagar seu velho cigarro.  É música que não toca em silêncio profundo da noite, olhos abertos e vívidos enquanto os outros moradores da casa dormem. São tantos desejos para explorar e saciar que fica assim, tudo em meio termo, tudo em meio retalho. Tudo meio sem fim...
Mas, manda avisar ao passado que estou em outro tempo... Algo chamado de presente, talvez amanhã, talvez outro dia... Esquecerei as vírgulas e os pontos finais ou parágrafos... Quero mais é samba colado em noite de lua entre gotas de chuva e amantes descarados! Vem dançar aqui... Cardim e um abraço!

Propositalmente: esquerda e cor!

Derluh Dantas
Da próxima vez, se houver essa outra vez... Quando alguém me fizer alguma promessa, seja de pra sempre estar comigo ou de nunca mais querer me ver, eu vou perguntar apenas qual a cor do sentimento agora? 
Eu vou querer saber o como sou visto nesse exato momento em que me é prometido algo inesperado, ao menos para mim. Ainda que tenha provado algumas expectativas, não seu eu quem pedir para ouvir o que vem depois - ao menos eu espero que seja assim...
Eu quero saber exatamente todas as cores que me sentem, que me vêem e que esperam que eu acredite. E depois da resposta, depois de conhecer a cor, eu vou embora...
Não acredito mais em grandes espetáculos, seja de alegria ou de dor. Assumindo para mim, daqui pra frente, que o simples é o meu lugar. E minha cor agora!? Qual a cor do meu sentimento!?
Minha cor nesse exato momento é a laranja, a cor do pôr-do-sol quando assumo aquele quem eu sou e laranja do nascer-do-sol quando descubro que posso ser alguém pouco além do que o outro acreditou!
Eu sou cor!

Adendo de mim para/sobre Amor'

Derluh Dantas
Amor. ‘Eita’! Sentimento complexo, contraditório, pesado e simples... Eu não quero um amor pra me fazer curvar as costas, nem que me faça afundar na areia enquanto eu caminho e se eu conseguir caminhar. Quero um amor de vôo, aquele que faz meu corpo, minha alma alcançar as nuvens. Não quero amor! Quero liberdade, quero poder me emocionar com o que eu quiser e admirar o que se apresentar belo... Quero poder desligar-me de tudo e quando voltar não ter acusações ou cobranças que não são cumpridas pelo outro, mas, são lançadas para mim. Quero amor bom! Aquele que é liberdade e cativeiro ao mesmo tempo, sem contradição ou confusão. Como diz Camões, “estar-se preso por vontade”. Mas, sem partidas ou voltas, companhia até o ponto comum e pouco além. Sinto muito, não sei acreditar, me entregar ou amar um amor que provoca mais dor, partida e abandono do que o bem, do que o bom. Temos as belas fotografias, as boas lembranças, poesias... Mas, o amor voou para longe de nós, pousou em outro lugar! Talvez, o amor seja diferente de procurar quando a carência aperta... Amor, para mim, é bicho do mato, é arisco e só se aproxima quando as duas almas estão dispostas a cuidá-lo bem e livre... Amor e força, não costumam combinar e não são complementares para mim! Vejo o amor, talvez, por outra ótica e lugar... Isso é uma parte do amor para mim!

Shift+Del em mim'

Derluh Dantas
Silêncio... Talvez, eu tenha perdido uma boa oportunidade de ser invisível e silencioso. Não encontrei o abismo para ser tragado, evitando assim fazer papel do ridículo. Gostaria que existisse um botão bem no meio do pulso, para quando o mundo se tornasse uma ameaça ou eu fosse uma ameaça ao mundo, a algo nele, eu pudesse apertar e sumir... Ser transportado para o vácuo de mim, desfazendo meu corpo e minha existência. Gostaria mesmo de ter o poder de ser apagado, não precisa ser perene e para todos, apenas para os selecionados e de mensagem confirmada em HD. Algo tipo Shift+Del, meio não cabe mais para você nem para mim. Eu silêncio. Sumir!

Um Rei de nome'

Derluh Dantas
Sua pele branca, seus cabelos negros... Um sorriso de encanto e a cerveja gelada arrepiando seus pêlos. Um olhar safado, lábios bem desenhados e rosados. Um desconhecido sem chances. Suas mãos finas, um toque de veludo... Cheiro de madressilva, perfume de homem, doce e amadeirado. Não há pretensões de romance, apenas um momento lascivo de luxuria, experimentar seu gosto, seu sexo, seu toque. E quem sabe desejar um pouco mais, muito mais... Paixão! Querer seu corpo nu, sua alma despida, seus beijos e o suor a molhar os lençóis, o colchão. Desejo ardente de você, de sua pele branca, dos pêlos negros... Querer você! Barba cerrada rompendo a pele alva, um pequeno ponto brilhante no nariz. Como não se envolver com essa beleza, se empolgar, elogiar e desejar... Você! Vem me arrepiar a derme, vem me fazer tremer, desejá-lo ainda mais por prazer.

Apenas uma noite'

Derluh Dantas
Desculpe-me, se não quiser saber pode tampar os ouvidos e olhar para o lado de lá. Estou pronta! Quero sair para dançar e quem sabe encontrar um cara sem caráter, mas que tenha algo melhor para me oferecer do que você... Não quero nada eterno, quero o fugaz e imediato. Quero sentir prazer... Quero minha carne trêmula quando ele me apertar com suas mãos. Desculpe-me, mas não quero provas de amor, eu quero sussurros e suspiros de prazer. Ele pode ser homem ou mulher, eu quero sentir e ofertar tesão mesmo que seja por um desconhecido ou por aquela bela garota que me atraiu outro dia. Essa noite, eu não vou me sentir nem um pouco traída ou traidora, vou ser livre, como sempre soube que sou! Não adianta contra-argumentar, dizer que ele só quer me usar e nada mais... Isso não importa, eu desejo ser usada por ele, ou por ela apenas essa noite... Eu quero um momento intenso e profano! Chega de tantas promessas falsas de amor, não precisa mentir, venha que eu quero o mesmo que você, apenas uma noite de prazer!

- E não me chame de puta por isso... Eu sei muito bem quem e o que sou!

Re'cortes de Domingo'


Derluh Dantas
Mar de uma tonalidade turquesa... O pôr do sol a tingir o céu de outras cores e tonalidades. Crianças brincando de super-heróis e de liberdade divertida. Pai comprando presente para a filha que não vê a duas semanas e não quer chegar à casa de mãos vazias... Em suas mãos, além de presentes, novos calos de uma semana pesada de batente. Algumas gaivotas peregrinas caçando em bando e outra mais ousada observando tudo de longe, em vôo tranquilo e brando. Em meus pensamentos, todas essas imagens foram comungando em um mantra de agradecimento ao mundo e aos deuses por me permitir em tamanha diversidade eu ser eu!

Prima Vera'

Derluh Dantas
O seu tempo começou... Ela se vestiu em cores, colocou seu melhor perfume e saiu ao mundo cantando belas cantigas, acariciando as sementes e acordando os moinhos. Em seu sopro brando ela fazia sacudir as árvores e acordar os frutos. As folhas secas caiam lentamente, enquanto a juventude de novas folhas se ouriçava nos galhos. Seus belos cabelos, sacudindo ao vento, movimentavam as nuvens, o céu azul despontava um anil particular, provavelmente cor de suas unhas. Seus pés, em cada toque ao chão, faziam um broto romper a terra, anunciando novas fábulas. Tudo se tornava mais cor e mais vivo, era a Primavera anunciando sua chegada àquelas novas manhãs... Enquanto ela se arrumava para novas saídas, um círculo de mulheres nuas celebrava o seu começo em noite e dia... Prima'Vera é magia!

"O plano era ficarmos bem..."

Derluh  Dantas
Ele saiu e fechou a porta... Depois de um tempo, o terreno interno se aquietou, mudou-se os móveis de lugar e até a cor das paredes, do estofado... Até as poeiras se retiraram discretamente, acho que foi junto aos passos dele para outro lugar. Quando ele se foi, deixou para trás alguns souvenires que continuaram no mesmo lugar, como uma lembrança de um tempo que passou e que não tem mais tempo para voltar. Quando tudo parecia bem, ele começou a gritar do lado de fora, dizia querer entrar novamente. Ele gritava que foi embora para que o outro fosse atrás, mas me lembro da porta batida, do contatado cortado e de passos para bem longe. No fundo ele não gritava do lado de fora, ele gritava de dentro de outro lugar... Talvez, pelos novos rumos que ele tomara e ousara experimentar, agora sentia saudades daquele lugar abandonado, mas que já não tinha pontes ou ligações com o lugar que ele criara como modo de estar. Mas, do lado de dentro, o outro tentava entender em que momento ele se esqueceu que o plano era os dois ficarem bem...

Não o conheço'

Derluh Dantas
Não sei seu nome. Não conheço seus planos, seus defeitos... Sobre você, nada sei de fato. Não sei seu endereço ou telefone, o nome de seus pais ou sua idade... De onde veio. Não sei que música costuma ouvir para ficar alegre, nem aquela que costuma tocar quando seu desejo é ficar quietinho no canto e quem sabe deixar algumas lágrimas rolarem. Não sei seu gosto por perfumes, aromas ou por imagens. Não sei se prefere mata, mar, montanhas ou horizontes. Não sei nem que opções sugerir para conhecer um tiquinho de você. O fato inexplicável é que me deu uma vontade ilógica em te cuidar... Uma vontade de te chamar para um chocolate quente, uma conversa na varanda e alguns risos vendo o horizonte, nuvens ou o mar... Algo em seus olhos, algo em seu sorriso (que não foi para mim), em sua voz, algo em seu olhar, algo em meio ao que saia de você ou o atravessava, alma, não sei, talvez... Nada erótico! Vale explicitar... Fez-me uma vontade sincera em te acompanhar, abraçar.

Usa-me'

Derluh Dantas
Doidivanas de vestido colado, vermelho... É como uma dama vulgar e atraente, que costuma me possuir à noite, que me usa durante o dia e que me deixa gemer em segundos rápidos do tempo. Ela usa seu salto agulha, como se seus pés fizessem parte daquele escarpam negro... Ela pisa em meu corpo, dilacera minha alma e me faz de seu tapete usado de caxemira. Ela não usa casacos, não gosta de chapéus, acha bonito, mas prefere seus cabelos soltos ao vento, às vezes, nem precisa de brisa, ela gosta de balançá-lo e sentir o movimento me surrar a face. Ela é amiga sincera, mulher bandida. Seu nome!? São muitos, mas costumam chamá-la Inspiração, Poesia! E eu sou um objeto ousado de seu mais leve domínio... Quem dera eu ser poeta algum dia!

Inspiração à deriva'

Derluh Dantas
Pedras... A inspiração se embolou em um pedregulho de incertezas e se jogou ladeira abaixo. Em meio à derrocada da inspiração, tudo o que se viam eram gemidos de uma alma em dor. Porém, quando tudo parecia perdido, a inspiração chegou ao fim da ladeira e bateu no meio fio da rua, sendo lançada ao alto e caindo nas águas turvas do rio. Em meio aquele sufoco de água e ar, pedras e limo, a inspiração se entregou a correnteza, foi levada de um lado ao outro abaixo das colinas. Nesse momento de entrega, a inspiração viu o céu azul, sentiu a correnteza forte, sentiu medo e frio, sentiu tantas emoções que decidiu voltar empolgada àquela alma agora anestesiada pela dor... Foi assim que nasceu um novo poeta nesta noite!

O tempo que mudou'

Derluh Dantas
Brisa em cor,
Cor de ouro, cor de sonho, cor de outro
Nada além de cor em olho...

Assim se desfez o rito,
Rito grego, rito puro, grito em medo,
Nada além de outro desespero...

Não precisa ser previsível,
Era livre de asa invisível,
Apenas uma espera em beijo!

Mas, mudou o rito,
a brisa, a cor
Mudou o amor...

Mãe Aranha'


Derluh Dantas
Já era dia, as pessoas começavam a caminhar na rua, indo pra seus empregos, passeios, não tenho como saber... Cheguei da janela de casa, olhei pela varanda, senti o quanto estava frio aqui dentro e imaginei o quão solitário seria lá fora. Em meio aos meus devaneios dramáticos de um confuso solitário, olhei para cima, tentando ver algum raio de sol naquele céu nublado. Enquanto procurava os raios solares, minhas retinas foram surpreendidas por um brilho cintilante no canto da varanda... Era uma teia de aranha molhada pela chuva ou pelo orvalho da noite, não sei. Olhando mais atentamente para aquela figura psicodélica da manhã, vi uma pequena aranha negra retocando sua mais bela obra de arte. Por alguns segundos, parecia ter sido hipnotizado pelo brilho na teia e pelos movimentos ritmados da aranha. Ao contemplar aquela melodia em imagem, percebi o quanto a aranha era indiferente a tudo que ocorria ao seu redor: à criança se arrumando para escola enquanto gritava coisas indecifráveis, provavelmente para mãe; ao senhor Vadú que abria sua pequena venda de muitas coisas; a alguns estudantes de fardas e celulares tocando músicas “exóticas” para todos ouvirem; entre outros acontecimentos da manhã... Porém, a aranha só parecia se importar com sua teia e logo percebi que havia uma bolsa de ovos num canto quase oculto da varanda... A aranha estava se preparando para ganhar neném, coisa que tomava sua completa atenção e a fazia ignorar as rotinas alheias, afinal de contas a única coisa válida era sua nova função: Ser mãe!

Pedido torto de desculpas'

Derluh Dantas
Não sei cantar, nem fazer Rock. Passo longe dos personagens românticos com finais felizes e grandes determinações, fé, esperanças e no meio de tudo grandes realizações. Nem mesmo sou mais quem eu me conhecia... Então, desculpas! Eu ainda o amo muito e quero que você seja feliz, mas não tenho nada a lhe oferecer, até meu sentimento está ralo como suco sem polpa e muita água não filtrada... Suas lágrimas são como ácido em minha alma, eu tenho vontade de segurar sua mão e te levar para longe de tudo isso, te levar para um mundo colorido e utópico, mas eu não posso... Estou sem sonhos, sem esperanças e sem trilha sonora para lhe oferecer. Minha vida tem sido um poço raso e cinza, nem mesmo Aegis Egypsis faz ninho, talvez seja a água suja, não sei. Estou perdido e não posso oferecer “ao amor da minha vida” essa loucura entediante que me tornei. Até os amigos me têm sido bastante escassos e raros, mesmo arriscando tanto em novos e antigos contatos. Meu defeito, atualmente, é ser esse ser, esse adulto, esse louco que me tornei e que não posso, não quero lhe oferecer. Desculpas, mas amo demais você para lhe resumir às minhas ruínas!

Cidade do interior'

Derluh Dantas
Gosto de cidade pequena do interior... Nordeste! Pessoas sentadas na porta descascando laranja, citando frases soltas ou inventando diálogos de filosofia profunda... Gosto do cheiro de terra molhada quando a chuva toca o chão e o silêncio que o mundo faz para ouvirmos o som do vento durante as tempestades de verão. É engraçado ver as crianças correndo para algum lugar que ninguém sabe onde e ver os velhos caminhando lentamente, parecendo já ter chegado ao lugar que vão. Pensando nos velhos... Gosto dos velhos de cidade pequena, eles não têm vergonha do tempo que eles viveram, pelo contrário, parecem ter orgulho das marcas deixadas pelas histórias que trilharam. As roupas não costumam ostentar nada daquilo que não são, mas à missa de domingo vão como se fossem para o baile mais lindo da cidade. É belo ver os oratórios em cada cantinho de devoção e ouvir as belas e antigas orações... Não se tem muito mistério por aqui, mas se tem grandes sentimentos e belezas para quem sabe parar, permitir, amar e sentir. Gosto de cidade pequena do interior... Mais Nordeste para mim!

Dança noturna'

Derluh Dantas
Deixe as janelas abertas, essa noite eu estou querendo sair para voar... Essa noite, eu pensei em dançar aquela balada especial, que ninguém além de mim pode ouvir. Pensei em andar descalço por aquela mata virgem e quem sabe ser envolvido por completo pela natureza em volta. Não precisa dizer nada, não quero conhecer seus pensamentos sobre mim, na verdade não quero saber nada sobre você... Eu quero sentir que tudo pode ser dito com apenas um olhar sincero, um sorriso belo e quem sabe uma dança desajeitada ao som do luar. Não pense que isso é declaração de amor, ou algo do tipo, não é... Apesar de você estar me “ouvindo”, estou falando com a noite que me tirou pra dançar essa melodia incandescente. Pois é, estou descobrindo o prazer ímpar de estar sozinho, de fechar os olhos e não me importar com o que ou quem possa me julgar. Essa noite, ao menos essa noite, eu vou assumir a liberdade que sinto e vou sair para voar, dançar essa melodia lunar!

Encomenda de faces'

Derluh Dantas
Suas máscaras já não surtem os mesmos efeitos... Consigo ver a lama por entre o brilho que você ostenta. Em meio a sua superfície fina de caráter, a hipocrisia de suas verdades já transpassa o vidro. Não se preocupe, não consigo cuspir essas verdades em sua face, e ainda que cuspa todas essas palavras duras em você, eu imagino que suas máscaras tão bem ornadas iriam te proteger... Fica algo contido em meus olhos quando te escuto por perto. Sua voz parece um canto de sereia, mostrando que o mar que você mergulha é um profundo abismo de mentiras e perigos. Mesmo sabendo de todo mal que você provoca, eu não consigo dizer o quão ruim você me foi, você me é, poderá ser. Talvez, algo em suas máscaras me fascine a ponto de eu me perder... Por que não consigo cuspir as verdades que sinto em cima de você?

Sincera-mente'


Derluh Dantas
Começar falando de perda pareceria trágico e demasiado dramático. Mas, vou começar assim mesmo... Ele havia perdido todos os sonhos que custou a construir. Não havia mais aquele “anjo” com quem dividia o presente, com quem planejava o futuro. Havia perdido aquele lugar que julgou ser o seu lugar no mundo, aqueles braços não tinham mais os abraços que o alentava quando o mundo parecia fora de órbita para seus passos. Havia perdido os planos, mas algo continuou... A vida! E quando a vida continua pulsando, ainda que fraca no peito, há os novos planos, outros caminhos e passos a serem seguidos. Houve depois de muitas lágrimas e silêncio, o pedido de volta... Mas, voltariam pra onde? Daqueles sonhos e promessas só restaram as belas ruínas e as boas lembranças, não há mais tempo para voltar. Perdão, mas precisamos seguir em frente, mesmo que mudemos a frente de lugar!

Amor Maior'

Derluh Dantas
O que você queria dizer com aquele último olhar? Não consegui entender aquele silêncio pela janela do ônibus, enquanto o via partir. As cores eram as mesmas, os odores os mesmo, não havia nada de diferente no mundo, apesar de que tudo parecia ter mudado. Pela angustia do não saber, preferi colocar os fones de ouvidos e deixar que a melodia percorresse pelo meu ser. Enquanto a música me tirava de mim, as paisagens começavam a mudar, eu estava dentro do ônibus voltando para casa, sem você. Algumas lágrimas foram provocadas pelo que dizia a música ou foi pela certeza lasciva do fim. Agora eu estava mais uma vez no mundo, sozinho... Eu estava sem ligações intermináveis no meio da noite, estava por minha conta e por descobrir outro lugar para sentir ser meu. E na solidão ao que escolhi ou fui levado, nasceu o amor próprio, um Amor Maior que tem feito eu descobri muito sobre mim...

Santa Pesquisa: