Noite e chuva'

Derlour Dantas

A chuva faz uma orquestra, molhando tudo o que consegue tocar. Ela se insinua no vento, parecendo bailar com um cavalheiro robusto e flexível. Ela baila até seu corpo tocar a superfície inconstante, ora uma telha quebrada no chão, ora a grama que deveras ter sido seca e opaca, ora apenas o chão que agora se faz lamacento por culpa da chuva. A chuva, sua melodia e dança, me fazem lembrar as lágrimas diversas, a dos sorrisos profundos e das tristezas leves e tantas outras lágrimas que se foram e vêem. A chuva é uma dama de profunda e rara beleza, tão sutil seria se não fosse o vento e o som. As brisas que conseguem passar por entre as gotas e esbarra nas árvores e paredes, provocando balbucios que torna a chuva ainda mais mística e senhora. São palavras minhas, que surgem de outro em meio a mim e na presença cautelosa da chuva que rebenta e parte toda a superfície que toca, modifica, molha.

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