Apenas mais de mim!
Derluh Dantas
As escritas deveriam começar com
o tempo, dizer do lugar e dos personagens. Mas, não se faz necessário no
momento, o sentido não é racional, apenas um alento a mais. Eu estou amargo,
não é de amargura, de raiva ou coisa do tipo, é apenas amargo, de gosto, de
expressão, forma. Tenho aflorado algumas cores em mim, alguns sorrisos
distintos têm me ocorrido no oculto do quarto ou do banho, depende muito. Eu
tenho me apaixonado pela ausência que me é constante. Até confesso que sou
pesado demais para quem deseja voar. Porém, sou um eterno encantado por
borboletas, suas asas frágeis, seu voar, bailar... Eu gosto de sua forma
pregressa, também. Amo cada fase singela da sua vida a se transformar. Mudei o
rumo do assunto, alguns poderão alertar. Outros mais desnecessários, dirão que
estou num processo verborrágico sem sentido. Talvez, seja bem isso, mas sentido
tem de monte. Eu sinto saudades, eu sinto lágrimas, eu sinto sorrisos, amores,
despedidas, odores e partidas... Eu sinto tudo dentro de mim, sem ousadia ou
pornografia – confesso que, também, gostaria de sentir essas, mas não sinto
aqui. Eu tenho sentido vontade de sair, de usar a mochila guardada e voar para
longe, outro tempo, Woodstock seria perfeito para mim.
– Tempo, faz um acordo comigo e
me leva para Woodstock. Pode me deixar perder por lá, sem volta ou tempo. Eu
quero o amor livre, sem esses acordos de passado, futuro, de ainda é cedo ou
algo do tipo. Quero amar livremente, poder dançar na lama e ser estranhamente livre. Leva-me a Woodstock, Tempo. Ainda que não seja romântico
como imagino, que seja sinceramente livre.
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