Segunda e Planos'

Derluh Dantas
Eu sou livre. Assim começa essa forma que vos apresento. Eu sou livre! Eu tenho defeitos grandes, tortos, constituintes e que me incompleta, me incapacitam, me diferenciam dos demais que andam por aí. Não, não pense em juízo de valor, não estou falando de melhor ou pior, longe disso. Sendo ainda mais sincero, nem poderia sinalizar se é bom ou ruim. Apenas o que sou. Outro ponto, não é sobre amor, não é sobre você ou sobre o ‘nós’ (esse que só existe em meio aos contos fantasiosos da realidade). Sendo assim, eu gostaria de tecer uma cena, colorir, talvez. Acho o amor um sujeito vaidoso, canalha e um tanto quanto imaturo demais - COMIGO. Pois é, olhando o passado, o Amor adora me usar de antídoto. Eu surjo como a exceção, enxugo algumas lágrimas, provoco alguns sorrisos e fico com as belas fotografias. Porém, quando estou com o coração numa bandeja e o juízo adormecido ou dopado – não sei bem – o outro chega e aí... Kaboom! O amor acontece e já não caibo mais no meio do caminho. Bem assim: Sofro – ‘Eu’ aparece – Danço – Posso amar de novo... Só que é outro alguém, aquele alguém. Não, não pense que conheço pessoas canalhas, isso envolveria meus amigos – e eles não são assim. É sobre mim, mesmo. Talvez, eu seja esse personagem dos livros sagrados, o anjo que não pode amar, mas que cuida, zela, acompanha algumas lágrimas... Porém, não existe para além mais. Como sou pretensioso, eu sei! É que eu sou livre. Para não enlouquecer, eu preciso desses acordos. Ou são as histórias que me provocam esses timbres. Eu sinto que fomos felizes, eu vejo as fotografias, eu sinto. Só que sou um intervalo à vida e uma hora ela chama. Não quero ser leviano ou intransigente aos amores que disseram existir por mim. São belos, são maravilhosos, uma nuvem única. Mas, até esses amores que me juraram fidelidade, companheirismo, companhia, se diluem na rotina dos dias. Você deve estar pensando e eu concordo: O problema deve estar em mim. E daí? Eu sou livre, eu sou solitário, sou dramático, sou assim. Talvez, um dia eu não seja exceção de alguém, eu não seja o sujeito paliativo, eu não seja a oportunidade de redenção. Talvez, um dia eu não seja a salvação, o desabafo. Não quero ser o primeiro o Amor, de quem quer que seja. Eu só gostaria de ser Alguém para Alguém de verdade, sem ser o primeiro, sem ser a exceção à regra. Só ser alguém por um tempo maior do que a latência dos defeitos. Afinal, eu sou livre e tenho muitos inúmeros defeitos. Ah! Não esqueçam que devo ter adjetivos bons, também. Surpreenda-me.


Não irei pensar nos efeitos dessas palavras... Apenas, meu vômito – IGNORE! 

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