Derluh Dantas’
Não há cabimento. Não há espaço ou tempo. Não cabe desculpa ou lamento.
Tem traçado inconstante. Há formas imprecisas. É tênue chegada e despedida. Há
saudades no piscar de olhos. Há abraço em mil quilômetros de distância. Não há
realidade abreviada. Há tantos impossíveis. Por apenas uma possibilidade. Sem
racionalidade, vai acontecendo. Erva que se espalha e tudo colore. É de um
próprio tom, colorido. É canção cadente. Maresia e tremores calientes. Monetário,
não tem preço que pague. É tudo misturado ao nada. É excesso limitando a falta.
Leis incontestáveis, desmistificadas. Dois
corpos ocupando o mesmo lugar no espaço. Ou mais corpos sem espaço. É exceção à
regra. É regra em exceção. Primeira tentativa, última chance. Um risco a mais. Talento
bruto, sensibilidade aflorada. Inspiração borrada, indescritível. Falta de dom,
é natural. Tão espontâneo quanto o arbitrário não sabe ser. Ambivalente. E tudo
que cabe a palavra, não chega perto. Desse amor incontido que se vai de um eu.
Dessa fantasia minha que é você. Vale mais esse não caber. É sonho, é loucura,
é amor. É um eu e você.
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