Outra Madalena Cristina'

Derluh Dantas

Eram muitas acusações para uma pessoa suportar em apenas uma vida. Era vadia, puta, promiscua, falsa, dissimulada, preguiçoso, dramático... Pieguices. Se houvesse pedras pelo caminho, muitas seriam lançadas àquela face sem sequer uma gota ínfima de remorso. Havia cansaço em seu olhar e ombros. Olhou-se mais uma vez no espelho, decidiu mudar. Trocou as roupas claras, por diversos tons de cores, uma explosão anunciada em vestes. Mudou sua postura, decidiu estufar o peito aos desafios da vida. Já que sua maior acusação era se deitar em primeiros e muitos encontros, decidiu fazer por onde essa fama de puta. Quanto ao drama que lhe acusavam – que se danem os demais. As lágrimas e dores são suas. Se não querem ouvir Meu lamento ou samba, que tampem os ouvidos, mudem de lugar. Não preciso de batom vermelho, meus lábios já estão por demais rubros de desejo. Não necessito maquiagem, a barba esconde as manchas, meus olhos dissimulam a paz. E esse sou eu, sem culpas ou ‘mas’.

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