Derluh Dantas
A inspiração vai se insinuando como uma vadia sedutora, uma dama, dona
de si. As palavras que surgem são abafadas por uma censura insana, medo de
parecer demasiado pieguices. Mas, de que importa à alma bandida, ser um tanto mais
livre e ridícula? Nada. A honra é só uma mancha contraditória que muitos não
entendem bem e adoram sair pelo mundo a dissimulá-la com outros conceitos.
Deixo minha domesticação de lado e aquela coisa estranha que chamam de orgulho
para anunciar aos ventos que tenho saudades de ti. Vieram lembranças de suas
formas, do cheiro absinto que sentia ao ver seus olhos, do seu sorriso. Não era
pra ser uma fábula de amor e não é... Pense nessas palavras como uma porta ao
infinito, um universo em paralelo a esse que vivo e o admitido desejo proibido de
ti. Não precisa olhar para o lado que me encontro, não precisa me ouvir, nem
ler essas palavras aqui... Elas são dispensas ao vento, são insinuações
proibidas de uma inspiração vadia. Sou eu e as lembranças de tempos que não
vivi. Meu corpo se arrepia, os lábios se contorcem, se excitam, formam sorrisos.
Eu quero o toque em pele, para além desse afago em alma que sinto. Mas, não é
sobre você, não é sobre alguém que exista, ao menos não o conheço ainda. Ou,
talvez, não tive a oportunidade de reconhecê-lo. Que inspiração insana, sai,
vem... Apossa-se de mim!
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