Derluh Dantas
Sinceridade, essa é a palavra que
tenho em mente para vos falar. Eu ensaiei algumas introduções, algumas frases,
contos, mas não estava encontrando algo que coubesse ao que desejo expressar.
Ainda não encontrei, mas vou deixando as palavras tecerem a imagem que desejo.
Eu não sei o que é o amor, não sei o que é amar. Por muito tempo planejei
histórias que eu julgava serem sinceras fábulas sobre amor, sobre cuidar,
querer... Mas, minha vida de tentar ser adulto tem me surpreendido em muitos
detalhes, poeiras e fotografias. Eu já não consigo falar de cirandas e não
imaginar quem as cantava tempos atrás, quem ainda as canta atualmente. Bebendo
uma cerveja e entregando vômitos emocionais sobre minha amiga, um olhar surgiu
aos transeuntes, primeiro pensei ser afronta, depois curiosidade e no meio da
estrada já não tinha mais o olhar e me perdi, fantasiei. Depois de algum tempo,
de desilusões, de abstrações e músicas, o olhar retoma a paisagem, faz sorrir. Tudo
se transforma em meio aquela face, não sei se é real, não sei se era
fantasia... Eu só sei que a quis – que a quero. Busquei pelos amigos para saber
um pouco mais, busquei em meio às selvas de gente, mas aquele olhar não era
familiar dali, não correspondia àquele tumultuado contexto. O olhar era doce,
maroto, sutil e ao mesmo tempo passional, sensual, intrigante e conquistador. E
quem sustentava o olhar, era um complexo ainda mais belo de se sentir. Eu não
posso negar, seria precipitado falar de algo que não conheço, mas falarei que
tenho sentido algo que a convenção chama de amor!