Derluh Dantas
Caso eu fosse uma folha de papel,
agora poderia me rasgar em pequenos pedaços e me deixar ao vento, sendo levado
para longe. Eu poderia acordar essa manhã e descobrir que meu corpo mudou, me transformei
em pequenos átomos dispersos no espaço e no tempo. Espera! Essa noite eu sonhei
que poderia ser possível. Por um tempo acreditei que poderia existir um bom
lugar para mim... Enganei-me mais. Eu fico na espera do silêncio passar e a solidão
ter sido um intervalo passageiro. Eu tenho uma esperança infantil de que ser
feliz ainda possa ser possível... mas o celular não toca, não a mensagens nas
redes sociais, tampouco um sinal de fogo avisando que a paixão não se apagou. Esperança
tola de ainda ser alguém, do amor não ser só de mim. Eu queria mesmo ser uma
folha de papel picotada, dispensada no quarto andar de uma torre de marfim ou
de qualquer lugar que permita o vento me levar.
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