Ao diário,

Nazaré, Bahia, Sete de Outubro de 2011.
Derlour Dantas
É fim de tarde e a televisão não prende minha atenção. Os pensamentos serpenteiam brisas e torrões de areia. Sinto falta do gosto da chuva, de quando era criança e achava que beber água que vinha do céu podia me transformar em ser alado. Essa tarde eu lembrei-me do escuro, daquela total ausência de som, cor e luz. Mesmo com as vozes vindas da rua, com o som da TV, eu senti a mais profunda solidão. Eu quero deitar, mas o sono não permite, não vem. Sinto frio ao mesmo tempo em que estou suando. É cinco horas e trinta e dois minutos e as lágrimas vêm sutis e constantes. Não é tristeza, nem alegria... Sinto dores de saudade. Não sei quem sou, quem fui, quem poderia ser. Porém, sei que só quero ser algo se for ao seu lado. Agora fecharei os olhos, quero mergulhar nessa escuridão e quem sabe consegui me perder completamente de tudo, menos de ti. Quero ser leve, quero voar como uma pluma para seu lado e te abraçar com todo amor que brota de mim.

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