Derlour Dantas
A noite seria densa, de uma escuridão profunda. Haveria algo sobre fantasmas e máscaras difundidas. E a solidão-tristeza seria uma eterna e carrasca companhia. Eu iria querer mergulhar nessa treva, flutuar em seu ventre. Talvez eu possa me fundir com essa total falta de luz, cor e som. Eu quero virar noite, não ser peso nem massa. Quero que minha consciência e sentimentos se transformem em neblina, imperceptível. Eu quero meus ossos, minha pele, que minha carne se desfaça com o sutil soprar de uma brisa, aquela que nem conseguiu derrubar as gotas de orvalhas nas pontas da erva daninha. Eu quero voltar pouco antes da concepção, quero ser nada, nem mesmo um sonho louco de pais que querem um filho. Pode me fazer esse favor, noite fria?
Se não fosse por amor...
Um comentário:
Seu texto é bem singular, porém de uma forma comum á todos, pois quem nunca sentui-se ou apenas quis ser um nada?
Parabéns pelo blog... Vc escreve mto bem!
http://oquevem-naminhamente.blogspot.com/
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