160 aqui'
Algumas Palavras
A chuva de quinta'
SobreNomes'
E mais uma vez . . .
Derlour Dantas
Estou aprendendo a calar. Fingir que a lança contra o peito não fere, não machuca, não é sentida. Confesso que ainda sou novo em silenciar meus incômodos, não sou bom em dissimular o que sinto. Mas entendo a sociedade, isso é preciso. Com essa aceleração da vida, essas tantas possibilidades, a pressa de quem caminha... Quem iria se preocupar com o homem-menino abraçando as pernas e escondendo o rosto lacrimejado entre elas? Já ouvi e tenho entendido que, de certo, poucos se importam. E por vezes nem esse pouco encontramos. Os vilões se tornaram vítimas, se misturaram e hoje são mais que hegemonia. Sei que muito não terão chances de entender o que desabafo aqui, outros possivelmente entenderão de forma equivocada e outros ainda levarão algo que foi dito para seu infinito íntimo. Ou apenas não aprendi a calar e estou desperdiçando novamente palavras ao vento!
De domingo'
De mim o Olfato e o Vento'
Gosto do vento. Apesar de preferir as brisas inconstantes. Quando me sinto triste, sempre busco um ar refrescante. Um ventinho que me mostre novidades, bons prenúncios. Pode parecer estranho, mas sempre que algo bom estar pra acontecer sinto um aroma único se mostrando a mim. Tem algo especial comigo e o olfato, ele costuma ser meu castigo e minha salvação. Quando penso em desistir, eu espirro e choro. Quando começo a desejar ajuda, por vezes vem uma brisa aromática se apossar de mim. Agora mesmo, o vento está querendo me carregar em seus braços, me acariciar a face e os cabelos. Como sei? Um aroma me revelou isso aqui...
Gota de chuva'
Derlour Dantas
Em meio ao grande oceano não se distinguira. Virou um vapor imperceptível e foi para o mais alto céu, ainda era parte de algo maior, sem forma própria. Era apenas um átomo de um evento não visto. Logo em seguida se tornou parte de novo, de um vapor denso e esbranquiçado, trazendo formas ao fundo anil. Depois era mais denso o vapor do que o azul, o azul se tornou apenas lembranças e desejo. Então, como que se ousasse pela primeira vez realmente existir: se tornou gota, uma lágrima fria caída de um céu gris. Pela primeira vez se tornou única e especial, se tornou forma e algo a mais que apenas essência. Caía como se bailasse, se entregando por completa a gravidade e a pouca resistência do vento. Chocou-se com o telhado, quase se tornando mais uma vez parte de algo maior, mas ousou ir pelo seco, pelo intocado. Sabia que aquilo era suicídio à sua existência de gota, mas não se importara, queria prolongar um pouco mais o ser único. Enquanto aproveitava sua liberdade se chocou com minha face e se tornou única gota de chuva em meio as minhas lágrimas!
Explicando a Visão'
Vejo-o em tudo que há dentro e fora de mim;
Quando não o vejo, o procuro,
E encontro por minha criatividade,
Pela presença na tela em LED ou no toque do celular,
É um amor visualmente proibido...
Mas meu coração ou meus olhos,
Não ouvem o que há de ruim, não há ouvidos.
Todos os sentidos têm se resumido em um único sentimento.
Até as apelações da Mídia, me atingem de outra forma,
Pelo amor que sinto e vivo,
Vejo que não há nada melhor que a compreensão,
A paciência, boa parcialidade e o perdão...
Essa é a visão que quis apresentar por aqui.
Caso ainda não tenham entendido,
Amo um homem-menino, um menino-homem,
Que em suas formas e em seu olhar...
Encantam-me os sentidos,
Detém-me por minha própria vontade
Todo o meu olhar’
A visão'
Adendo da Nostalgia'
Derlour Dantas
Nostalgia... Bailei por ela nessa tarde de sábado. Fui levado pelas pupilas embriagadas. Talvez tenha sido o céu nublado e a chuva quente. O pássaro que em vão tentava se secar sobre um raio tímido de sol... Mas havia a chuva. Continuava a chover e a chuva coloria aquele dia cinza. E a nostalgia... Era vontade do abraço protetor. Do serzinho alado que não aprendeu a voar, nem a gritar o que se vai por dentro. Perdi-me em labirinto de cor. Era a criança com seus olhinhos e o sorriso desenhado, falando do quão gostava da música e do palhaço. Palhaço que sempre tive medo quando criança... Hoje, nostálgico pelo passado de criança, pelo amiguinho que não tive. Saudades dos momentos que se anunciam no sorriso do amigo, que mesmo sendo de pouco tempo, me é caro como toda uma vida! Nostalgia e chuva me deixam meio sensível ou carente demais... Mas extremamente feliz por me fazer assim!
As Palavras'
Derlour Dantas
As palavras, por vezes, parecem conseguir ferir mais que uma lança afiada e comprida. Elas parecem ter o poder necessário para provocar qualquer grande guerra e fazer tudo parecer justificável e cabível. As palavras foram usadas como proibidas, divinas, salvadoras, e tantas outras categorias que as mesmas creditam e explicam. Tudo parece girar em meio a elas... Até quando não são ditas, costumam ser garimpadas, retiradas e interpretadas por sua ausência. Tudo gira por átomos e letras formando palavras! Até a combustão, explosão... São palavras tudo o que são... Mas como no corpo, sempre guardam em si uma alma que a simples leitura não alcança ou acessa! Mais Palavras!
Um intervalo do cotidiano'
Desejando o velho'
Declaração enviesada'
Tarde de quarta'
Derlour Dantas
Um homem, com seu olhar de menino, contemplava os urubus em seus vôos rasantes. As aves negras rasgavam o céu azul, o tornava mais belo e especialmente único. As árvores bailavam uma dança lenta, ao som silencioso das brisas. O menino ainda bebê insinuava inocência e paz, mas seus olhos denunciavam as traquinagens que faria se não fossem os braços da mãe. Em meus pensamentos um ser alado, o que será que está fazendo agora? Imagens realmente belas aos meus sentidos. Sem mais palavras no momento, algo foi rompido com as palavras que [não] li nesta tarde de quarta...