Meus diálogos com o Tempo'

Derluh Dantas

Peço licença às pessoas que vagam pelo mundo e quero pedir uma visita sincera do Tempo.

- Pode se sentar aí mesmo, Tempo, eu tenho algumas dúvidas que não posso deixar para outro responder, se não você.

(Silêncio)

- Eu gostaria que você me explicasse que diaxo é esse que todo mundo diz ser fundamental, julga querer e que ninguém parece encontrar a quem oferecer e/ou receber? Como um sentimento de tão pequena expressão pode provocar tantos sorrisos, lágrimas, desencontros e ilusões? O senhor se julga o curandeiro de tudo... Então, me explica como pode alguém gostar de alguém que não gosta da gente? O que faz uma pessoa aparecer, tirar você do rumo raso da sua história, só para dizer ‘não é bem isso’ e ir embora sem tempo de mais nada. Por que permite tamanha perversidade à alma dos seres? Eu sei que nós humanos não somos dignos de mais nada, mas então por que fazer seres tão ‘abjetos’ existir em um mundo tão estranho? Por que fazer alguém acreditar que tudo pode ser diferente, se no fim das contas vai ser igual a todo resto?

- Quer mais chá, Senhor Tempo? Não posso apressar a fervura da água, não sei apressar o crescer da planta, dizem que tudo tem uma medida certa do senhor... Então, me explica por que essa medida não me contempla? Por que eu tenho que ser esse ser tão visceral, preguiçoso, apaixonado por algo que todos julgam precipitado e tão pouco?

(Silêncio)


- Tempo, não vai embora ainda, ou melhor, me leva com você agora!

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