Derluh Dantas
O mar estava sincero, fazia
pequenas nuvens entre seus movimentos. Era noite e o céu parecia discreto em
seus brilhos. A lua era apenas um sorriso suave e fino, as estrelas estavam com
um tom tímido naquela imensidão negra. A praia era iluminada apenas por um
brilho cândido que vinha dos postes distantes da avenida à beira mar. Não havia
carros passando no momento, apenas alguns solitários transeuntes, talvez
voltando para casa ou indo para algum outro lugar. Eu não sei se estava feliz
ou triste, apenas veio o desejo intenso de fazer parte do mar, de voltar para o
oceano mais profundo. E um pensamento: quando eu morrer eu quero ser deixado ao
mar, me fundir em sua imensidão e mistérios... E enquanto a vida me pertence,
desejo muitas alegrias, sorrisos, amores junto ao mar. Por aqueles leves
segundos, que irei guardar para a eternidade, senti uma energia vibrante, acho
que a felicidade se misturou com a paz quando contemplei de olhos abertos o
mar.
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