Números dos 25'


Derluh Dantas
Havia marcas em seu rosto, calos em suas mãos... Havia denúncias de sua idade, de seu tempo ido nessa terra. Parecia um velho centenário, mas sua idade era apenas duas décadas mais cinco. Se perguntarem sobre amores, ele admitirá apenas os raros vividos no caminho, dois e mais um incerto encontro. Porém, acredita que sua história de amor ainda está por vir, já que acredita em um pra sempre que ainda não surgiu por aqui.
Sobre amigos, teve os melhores, pena que os caminhos foram distintos. Por vezes, se sente muito sozinho, acha que não tem com quem conversar... Mas, tem sete anjos lindos que sempre o surpreendem com presenças e carinhos. Anjos, ainda que sempre perto, estão distantes para a caminhada no fim da tarde e apreciar o pôr-do-sol de domingo.
- Foi isso que queria que eu ouvisse?
Não! Apenas, foram momentos tão inebriantes de sentidos, que acabei por distorcer o fato. Por admitir o dito.
Eu vi três senhores, três anciões, com marcas na pele, brincando de gude em frente à casa de um outro jovem senhor que via tudo com admiração. Os três jovens senhores tinham nas mãos marcas de toda uma vida de trabalho na terra, mas ainda assim tinham boa destreza ao jogar a pequena esfera de vidro contra as outras no chão. E os sorrisos, as gargalhadas que vi... Eram almas de eternas crianças em diversão.
Assim, esse é o dito que eu queria que ouvisse.

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