apenas quatro quartetos. . .


Derluh Dantas
Hoje acordei sem sentido,
Com mais dúvidas que certezas,
Com mais vontades que presença...
Acordei em uma filosofia sem abrigo'

Enquanto tu bebes, eu espero...
Enquanto tu partes, eu assisto
Em silêncio eu grito: Fica mais um pouco...
Mas para você, é sempre cedo de mais!

É sempre exagero ou drama de minha parte,
"Eu sempre me esqueço". "Eu nunca entendo"...
Para você com que eu pareço?
Liguei em seu número e outra pessoa atendeu!

Era um homem que não sabia quem sou.
Era alguém que parecia mais íntimo que eu...
São loucuras só minhas,
Nestee sábado, em que você não apareceu!

[Voltar... Mudança... Reprises... ?]

Encanta-me a morte'


Derluh Dantas

Preciso entrar na minha bolha de isolamento. Por favor, não perturbem a paz que já não se encontra ao entorno... Começando: Meus olhos castanhos, são dos mais comuns encontrados. Meus lábios não guardam atrativos, nem me destaco em meio a multidão oscilante, calma ou vazia... Nem uma das multidões, na verdade, há destaques para minha pessoa, meu físico, meus sentidos, minha alma ou meu corpo. Nunca detestei a vida, nem a mal digo de forma alguma. Acho-a bela, atraente e extremamente mítica. Porém, minha paixão pela vida, não ameniza meu desejo insano, meu fascínio pela morte. Seus silêncios, sua ausência, sua lembrança... A morte me faz ser humano e isso me encanta!

Apenas um momento de mim'


Derluh Dantas
Eu tenho vinte e quatro (24) anos e estou desempregado. Não tenho mais planos ou tempo de estudos... Eu preciso começar a ganhar salário. Eu ainda me emociono com histórias postas pelo mundo, acredito que de alguma forma as coisas podem melhorar. Nunca fui do tipo otimista, mas no fundo espero um tempo melhor. Sim, sou homem feito, já não cresço mais verticalmente, o horizontal e para os lados permanecem... Eu já não sou um menino de grandes e belas fábulas, sou de conversas ainda mais densas e café forte depois do jantar. Já não consigo correr pelo campo, nem dançar sem o álcool na veia. Já me tornei um ser carrancudo que perdeu aquele brilho no olhar. Mesmo sendo tão cinza e constante, eu ainda tenho em mim o poder e a vontade de verdadeiramente sonhar e amar!

Voltamos, aonde?


“Quem dera
Pudesse todo homem compreender
Oh Mãe, quem dera”
 Derluh Dantas
Quando eu estava longe de você, podia ouvir suas gargalhas e seus risos, senti suas amizades e alegrias. Soube que chorou algumas vezes, chamou de saudades do tempo em que tivemos juntos. Você pediu pra voltar, eu pedi para que pensasse melhor sobre isso, você titubeou, depois deu certeza que era isso o melhor... Eu sou egoísta, era para eu ter aceitado que você ficava bem sem mim, mas eu ainda te queria em meu colo, em minha tola proteção. Voltamos: eu, você, sua descrença no amor, suas dores de estômago...  E outros fantasmas que sempre nos acompanharam. Porém, suas lágrimas não eram tão constantes [me engano?], agora elas têm certa constância em seus olhos. Eu, quero te fazer bem e sei que, provavelmente (dê ênfase a essa palavra: pro-va-vel-men-te ou talvez - relatividade e dúvida), eu não seja o melhor para você e o melhor seja te deixar completamente livre e sumir, só que não quero ficar sem ti de novo. Não sei o que fazer. Eu só queria ser uma parte boa do seu dia, da sua vida!
 “Quem dera
Pudesse todo homem compreender
Oh Mãe, quem dera
Ser no verão o apogeu da primavera
E só por ela ser”

Reciprocidade do bom'


Derluh Dantas
Um dia me explicaram algo sobre a reciprocidade, era como se tudo fosse refletido e validado em mesma intensidade. Achei loucura, mas me falaram com tanta certeza que me coube acreditar. Um exemplo: Eu te abraço apertado e da mesma forma sou envolvido por seus braços; eu te digo palavras doces e sou envolvido por sua voz e as palavras de carinho que posso sentir dela. Mas, acabei por descobrir que a reciprocidade é válida mesmo para os erros, para o que não é tão bom explicitamente assim... Se eu oculto algo ao mundo, você oculta de mim, se exponho algo sobre nós, você não sente necessidade/vontade instantaneamente... Não conheço a reciprocidade seletiva, ao menos sou imaturo de mais para reconhecê-la nesse momento aqui! Eu quero um abraço apertado e a voz doce do começo dizendo que podemos mudar o mundo, por nós... Felizes, amados e acima de tudo: sensíveis a necessidade e ao momento um do outro. Lembra Amélie?

Provavelmente'


Derluh Dantas
Às vezes, não me sinto daqui. Não sou diferente, nem tenho grandes opiniões, apenas sinto-me não fazendo parte. Sei que sou alguém que, provavelmente, não saiba se dedicar suficiente e sei que não sou a melhor opção. Nunca gostei de concorrência, por entender que o outro pode ser muito melhor que eu... Provavelmente, porque pense realmente assim. Não sou feliz todos os dias, tampouco paciente em qualquer momento. Sou um sujeito comum, errante e decepcionado. Sim, eu já decepcionei muitas vezes. Por vezes, eu só queria acordar e perceber que não existo, ou como na metamorfose, eu me descobrir um inseto somente!

Sobre isso, apenas'


Derluh Dantas
Laguna ou lago. Foi um rio turbulento ou era mesmo uma cachoeira? Não sei se aquele era um som de vento ou de água contra a parede... Chuva ou tempestade! Era um choro silenciado, uma palavra sem forma ou letras... Balbucio de neblina acalentado. Era um afagar de brisas, beijos de gotículas geladas. Inverno que não cessa ao calor raiar do dia. Era um delírio. Não há desculpas, nem culpas. Os culpados se perderam ao abrir dos olhos. Era um filme sem roteiro. Tudo um mistério par ou ímpar, como costumam admitir... Tentativa! Era vida!

Santa Pesquisa: