Tenho cabelos negros'
Derlour Dantas
Não consigo conter... A represa se rompeu com o elogio dispensado ao outro, sem motivo, apenas elogio solto numa página de comentários em álbum de fotografias alheio. O que aquele elogio deveria significar? Nada!? Então porque ele estava ali? Não tenho cabelos azuis nem vermelhos, acho que já disse isso aqui. A dor aumentou dentro de mim, parecia que minha alma podia escapar pela boca... Agora aberta tentando encontrar o ar que escapou não sei por onde. Tiê, por favor, me faça um carinho, não fale de percevejos novamente, não quero saber de animais ou detalhes que me lembrem o quão “fofo” os outros podem ser. Agora percebo o quão sou doentio. Irei cerrar as pálpebras, talvez em sonho descubra como ser leve e fofo... Talvez, eu descubra como ser outro, não ser esse estorvo que vira e mexe me sinto. Percevejos e cores me assustam e me perturbam os sentidos. Eu posso mergulhar nessa noite e me dissolver em trevas, eu quero me transformar em silêncio e sombras... Assim, quando chegar as cores e o som, eu simplesmente deixe de existir por completo e sem lembranças ficarem por aí.
Cabelos Negros'
Derlour Dantas
Meus cabelos são negros, não tenho cores extravagantes nem grandes acessórios. Sou um menino de interior, meu rock in roll não passa de uma letra inteligível e uma melodia freneticamente tranqüila. Não sei nada sobre o pop nem daqui nem do lado de lá. Não me cabem elogios soltos, seja de beleza ou simpatia. Diria apenas que dentro da norma sou educado. Meus cabelos não têm tons azuis ou avermelhados. Meus cabelos são negros como a noite, como a escuridão de meus olhos. Não tenho atrativos, sou denso e cansativo, complexo e gosto de chuva. Diria que meu lugar pode se encontrar em meio ao mar, nas profundezas daquele lugar de cor indefinida. Verde ou azul? Não, eu gosto dele anil e daquele ar prateado na noite de luar. Meus cabelos são negros e isso é importante para mim!
If it hadn't been for love. . .
Derlour Dantas
Apenas uma versão torta'
Derlour Dantas
Eu poderia apenas entregar meu corpo aquela cama, cerrar as pálpebras e me entregar ao sono profundo. Eu poderia deixar meu corpo inerte e libertar meus pensamentos, abolindo minha alma de todo pudor, consciência e regra. Eu poderia, mas não posso nem sei como fazer isso. Eu ainda espero que não haja um número limite para dizer e ouvir o quanto se ama. Eu quero que ao invés da briga virar rotina, que as pazes e as declarações se tornem constantes, enquanto as desavenças sejam raridades esquecidas. Eu queria que o “tanto faz” fosse aos outros e a mim fossem as mãos dadas. Tenho uma desavença comigo, não sei como agir ou me ajudar... Até os inimigos eles tem em comum e o que sobra a mim? Talvez as acusações de meu passado, de minha falta de tato ou apenas acusações de mim e nada mais. Eu gosto de ouvir a empolgação, gosto do olhar, gosto de absolutamente tudo que há nele, mas não sei como dividi-lo com o passado que ele parece não perceber, porém não me deixa caber.
A menina - Parte VII
Derlour Dantas
A menina pagã não conhecia sobre selos e músicas. Era cansativa e dramática, mas sabia apreciar o belo espetáculo proporcionado pela chuva e sabia em silêncio oculto chorar. Ela não entendia seus próprios sentimentos, era uma sensação estranha aquele medo, não conseguia abandonar o temor da possível partida. Ela precisava respirar. A menina de olhos e cabelos escuros queria o abraço apertado do menino alado, quis ouvi-lo dizer que tudo ficará bem, que é só trabalho. Ela sabia que em tempos atuais Jesus seria inevitável, mas esperava que fosse possíveis outros messias e amigos. Era pedir de mais. Ela precisava aprender a amar!
Antes da tentativa...
A menina - Parte VI