Derlour Dantas
À tarde vi um urubu estraçalhado na estrada. Vi um cavalo pangaré que me envolveu em uma beleza singular e titânica. Pensei em tantas coisas, que o céu amenizou seu azul intenso em meus olhos. Agora desejo assumir algumas brigas, espero não ser preciso pegar em armas. Chamarão-me de radical, chato, língua ácida, coisas que já estou acostumado. Porém, estou cansado do silêncio da cautela. Quero falar, se for preciso até mesmo gritar. Vou ser redundante, mas se for para bater de frente com religião e seus fanáticos religiosos, eu estarei disposto ainda assim a lutar.
O urubu e o cavalo me servem de símbolos, nem tudo que vem do céu é divino e nem tudo que vem da lama é pecado. Sei que essas palavras podem parecer ofensivas aos belos "irmãos", mas engraçado, quando me chamam de herege ou bizarro pecador não há ofensas dispensadas. Outro ponto, eu sou considerado uma ameaça à família, mas quando filhos são expulsos e ofendidos por não corresponderem às expectativas promulgadas pela Igreja e tantas sagradas aparições, isso é Salvação!?
Tudo me parece enviesado, de cabeça para baixo, eu quero mudança ou pelo menos tentar. Outra ressalva, aos bons que se vão a religiões diversas, não precisam generalizar a ofensa, nem se vestir de justificativas para dizer que é insensata minha generalização. Posso generalizar aqui, porque é comum ter um estereótipo marcado para mim em cada esquina, mas confesso que não estou preocupado. Só desejo respeito de existir e respirar, que seja urubu ou cavalo, seu Deus nos fez para existir assim.
- Quanto a dizer que isso é desculpa para todo mal, calem-se e se olhem no espelho. Sou a favor de que todos falem o que desejar, mas estou exaustivamente cansado de tanta ignorância desnecessária dispensada. Pedofilia, promiscuidade, assassinato, não quer dizer a orientação sexual, é um crime que deve ser considerado, mas isso não é coisa de hétero ou de homo, de cristão ou pagão, isso é coisa de criminoso imoral.
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