Derluh Dantas
Eu tinha escrito outra coisa, mas em nada pareceu o que minha alma
queria falar. Assim sendo, recomecei e esse é o produto do meio... Eu de frente
para um rio que tem formas, movimentos e destinos de mar. De pés descalços e
lágrimas nos olhos, na mente um samba próprio de duas porções mistas e difusas.
Eu menino, eu mulher, eu bicho. Diante do rio ou do mar, minha força se desfaz
em magia e minha fé se afigura em anjo sem gênero definido. Eu tenho medo, eu
tenho fome, eu tenho defeitos que me tiram o sono. Diante do mantra e do meu disfarçado
desespero, eu me descubro jardim, que mesmo aparente silêncio e fim, ainda cresço
e luto pelas cores que me são de formação e direito. “Não precisa se envergonhar
desse medo, pega ele nos braços e segue adiante. Mesmo que pareça escuro e
perdido, assume a fé que te guarda e arrisca um passo de cada vez.” Assim,
minha porção mãe carrega o menino que sou e sussurra em meu ouvido a
necessidade de descanso e recomeçar/arriscar de algum jeito. Ao outro que
encontro pelo caminho, ando meio isolado do mundo e de mim, mas não se sinta
abandonada/o por mim, ainda lhe guardo em lembranças, sentimentos ou desejo e
levo em meu peito um abraço apertado e querido, um colo e chamego.
Blessed be!
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