Derluh Dantas
A
cada dia ele se aproximava,
Deixava
um botão de flor e uma poesia
O
botão era cravado na terra
A
poesia em guardanapo usado.
Seus
lábios sempre denunciavam um sorriso
Mas,
seus dentes nunca surgiam
Como
as palavras
Aquelas
que escapuliam pela sua íris
E não
eram ditas pelos seus lábios.
A
sua língua era um mistério
A
poesia sempre de outro autor.
A
curiosidade alheia começava a aumentar
O
que queria aquele sujeito?
Seria
um ensaio tolo de amor?
O
sujeito permanecia em seu ritual
Todos
os dias, ele surgia com a flor e a poesia
Mas,
não conseguia sua prece, seu intento
Surpreender
aqueles olhinhos marejados
Aqueles
olhos que faziam questão de não percebê-lo,
E
chorava por outro amor, um mal correspondido.
Mas,
ele sabia que sua magia era perigosa
E
sua alma se alimentava daquele jogo de fé e esperança
Até
que um dia,
...
...
Ele
não mais apareceu na pracinha.
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