Derluh
Dantas
O barco se
perdeu e junto com ele minha razão. Estou sem saber o que pensar, como
agir. Antes, eu acreditava na revolução, na defesa de ideais, ainda que fosse
preciso pagar com a vida. Eu desejava o salgueiro chorão e os cinquenta anos de
companhia. Eu não sei o que me/nos aconteceu até aqui, mas já não sinto as
palavras doces, os gestos nobres e o carinho no olhar, aquele que sempre me
desarmava em sorrisos. Eu ainda o vejo com o coração, com um sentimento tão
forte que me deixa sem chão... Mas, quando penso em me entregar completamente,
vejo os novos movimentos, convites e coletivos... vem o desejo de cautela, o
comentário para que eu não estrague tudo e a acusação de que já não consigo
agradar em conversa. Tudo o que eu faço parece errado ou insuportável ao seu
olhar. Se insistir, afirma que “não me deve satisfação”, se esperar, “já não o
tenho com tanta importância”... Não quero que você vá embora, nunca quis! Só
que é preciso você decidir para si mesmo o que quer de mim e me comunicar com
som e palavras. Sem acusações ou ofensas de ambos os lados, por favor!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Parece indireta, mas por licença poética,
Afirmo que NÃO É...
Ainda que pareça,
Respeitem o meu direito de expressão
De dizer o que meu coração permite,
E o que as palavras acompanham,
Quanto às semelhanças:
Perdão!
Não quero julgamentos, nem sentenças por isso...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Nenhum comentário:
Postar um comentário