Derluh Dantas
Não sou a vítima de nada. Sou culpado! Apenas não
entendo o crime que cometi, mas sei que sou culpado. Tudo que faço ou sinto
parece uma anestesia para a possibilidade do belo. Algumas vezes, tenho vontade
de fechar os olhos e descobri que tudo foi apenas um sonho. Descobri que eu
nunca existi, nem como pensamento, seria uma honra aceita e louvável para mim.
Eu adoraria fazer parte do desejoso, de algo, ser importante de verdade e saber
que há um colo para me aconchegar. Mas, eu cometo erros que não me permitem
isso. Sou dramático, inseguro e imbecil. Não sei quais qualidades posso assumir
para mim, mas sei que não sou vítima de nada por aqui! Sei que não sou
interessante para ouvirem o que digo, me repito constantemente. Não é o mundo
ou as pessoas que me tornam pesado, carrego o mundo nas costas por preferir ser
assim. Adoraria acordar uma manhã qualquer e ter me descoberto um inseto
pequeno que alguém acabara de amassar com um jornal enrolado sobre a mesa. Não
sou lixo, mas essa sexta, até o momento, me sinto como um peso morto que não
consegue segurar a porta aberta...
Nenhum comentário:
Postar um comentário