Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa,meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração"
Derlour Dantas
Eu descompasso. Não sei brincar de ciranda, nessa roda torpe, humana, de concretos. Gosto do cheiro da chuva e do som da madrugada. Não sei acompanhar o ritmo Techno, tampouco as divisões humanas, no fundo eu era para ser outro bicho, salamandra... Estava indo ao sono, mas as palavras eram tantas. Descarregar é preciso, viver nem tanto... Parafraseando pobremente o Pessoa. Perdi a rima e o ritmo, não era mesmo para ser poesia. Eu queria que as lágrimas fossem de estrelas pequeninas, ao menos haveria um brilho. Um minuto, ninguém vai ler isso e os alguns que lerem, possivelmente, não entenderão. Resumindo: estou um caos dentro e fora de mim!
Perdi mais uma oportunidade de ficar ocultado e em silêncio, todos ganhariam mais! Poupe-me, pelo menos por agora, das críticas...
Derlour Dantas
Derlour Dantas
Meu faz de contas infantil? Eram tantos, imaginava que ter 18 anos seria algo tão diferente do que foi. Eu cheguei a pensar que algum dia encontraria um tesouro mágico ou iria descobrir que era uma alienígena ou ser mágico perdido na forma de um “normal”. Meu brinquedo preferido era um misturador de drink’s de cristal, que minha mãe guardava no baú que eu achava ser de materiais mágicos. O misturador parecia uma vara mágica de condão, tinha uma ponta azul e o resto era um cristal translúcido e frágil. Um dia qualquer o quebrei com minha total desastrice que me acompanha. Eu pensava que ser grande era divertido, que eu poderia ser livre e experimentar a liberdade. Agora sei que a liberdade era aqueles dias de criança em que sabia do monstro de baixo da cama e das fadas entre as flores mágicas que me divertiam. Júnior, que brincar comigo? Para sempre?
Derluh Dantas
Eu não sei. Estou atrasado, mas o sol me parece um paraíso nocivo. Tenho dores de cabeça à noite pelo peso do sol durante o dia. Apaguem as luzes, liguem o vento e deixem a água transcorrer as veredas. Quero inundar minha mente. Quero apagar minhas lamparinas da razão e descansar por um segundo. Após o descanso quero atravessar o mar, correr as ladeiras e encontrar a Liberdade. Na Liberdade o meu amor estará sorrindo com um abraço disposto nos braços. Na Liberdade, o Curuzú se fará festa e ninguém nos olhará diferente ou assustado, à final nosso amor será calmo e respeitado, como todo amor deve ser!