Cássia Eller!

"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa,meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração"
Renato Russo


Não preciso dizer mais nada!

"Só que eu não sei usar amor
Às vezes arranha
Feito farpa"

De: Clarice Lispector
"If you ever leave me
Leave some morphine at my door
'Cause it would take a whole lot of medication
To realize what we used to have,
We don't have it anymore."
By: Bruno Mars
Tradução:
Se você me deixar
Deixe um pouco de morfina na minha porta
Porque seriam necessários vários medicamentos
Para entender que o que costumávamos ter,
Não temos mais.
 

Eu Reflito!


Eu
Choro e escrevo
Escrevo e choro
Perco-me
Derlour Dantas
O que você faria? O céu amanheceu colorido e chovendo flocos de algodão doce. A felicidade transpassava todo o asfalto cinza e se rompia em belos fogos de artifício. Era tudo magicamente divertido e lindo. Havia unicórnios e fadas bailarinas. Existia também uma cachoeira de desejos, que bastava você piscar os olhos e ela poderia se transformar numa fonte de chocolate ou mesmo de estrelas. Era tudo como um suspiro do desejo, uma fábula divertida de alegria e fantasia. Mas não me cabia. Eu era desencaixe e fui banido. Fui condenado ao mundo concreto e real, aqui as chuvas apenas são gotículas de água gelada, sem aquecimento ou fantasia. Os cavalos sofrem atentados e cachorrinhos são espancados por mulheres que se perderam da maternidade, da humanidade. No mundo onde fui condenado as pessoas matam por dinheiro e pelo mesmo se paga a vida. Aqui elegemos os piores de nossa raça para nos representarem, mas existe gente de bem também. No mundo onde fui deixado o improvável se torna rotina e nos acostumamos com a surpresa, a vaidade e por vezes a maldade. Temos uma arma que talvez você que viva do lado de lá não conheça, temos esperança, acreditamos que um dia nosso mundo possa se tornar um lugar melhor, de belas fábulas. Mas até lá, o que você faria?

Solidão a dois'


Derlour Dantas
Ficar sozinho na companhia de outros, não é algo tão estranho. É uma ambivalência que todos passamos pelo menos mil vezes na vida. Eu acho mais incômodo do que estar sozinho no silêncio da falta e da ausência. Na ausência do outro, ao menos temos as boas lembranças, a saudade e uma esperança brincalhona de que logo mais nos encontraremos de novo. Mas na solidão em companhia, ou solidão a dois como cantou Cazuza, ficam um silêncio pesado e alguns barulhos sussurrados de incompreensão, vontade e frustração. Confesso que agora tenho saudades da boa companhia à noite, dos torpedos durante o dia e ao início dele, tenho vontade de carinho... Mas isso não passa de um ‘draminha’ decorrente da minha própria frustração de ser menino!

"...is this destruction or just quiet protest
against loneliness"
By Kings of Convenience

Tradução:
"...seria isso destruição ou apenas um protesto calado
contra a solidão"

Freedom, Another Owner'


Derlour Dantas
Eu pensei em narrar uns fatos isolados e metaforizar com meu olhar. Pensei em falar do tempo atual e sobre a temperatura do ar. Eu imaginei até em discursar sobre incoerências, contradições e uns charlatanismos cristãos [vender salvação, chaves de abrir caminhos, águas que curam e essas coisas...]. Porém, não quero mais. Estou querendo um abrigo aconchegante e um unicórnio colorido de proteção, poderia também ser alado. No momento estou divagando em “Freedom And It’s Owner” do Kings Of Convenience. Descobri essa dupla norueguesa tem pouco tempo e confesso que o som dos caras me conquistou inteiramente. Agora ficarei em “silêncio” nessa viagem sonora...
"A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie."
Arthur Rimbaud

Tradução:

A tudo oprimida,

Por delicadeza

Perdi minha vida.


"The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth"
By: Kings of Convenience

Terça de chuva ¹

Derlour Dantas
Tentei fotografar a chuva. Essa tarde, eu tentei me entregar as gotas, lágrimas belas que o céu despojava sobre a terra. Eu quis gravar o momento, eternizar aquele tempo em um frasco bem pequenino. Mas meus olhos não conseguiram. Tentei captar a imagem estática de gotículas que encontram a gravidade, mas não consegui. Agora penso o que fazer... Ouço uma música alegre em melodia triste, escrevo algumas palavras e me lembro, me lembro de mim ao seu lado. Somos tão distintos que às vezes dá medo de te atrapalhar. Outras vezes, como sempre, eu gosto, arrisco, assim se faz a diversidade da vida: nos juntamos, convivemos, vivemos e transformamos nossa diferença e diversidade em uma terceira coisa. Amar. Acho que assim foi à mensagem da vida para mim essa tarde: A diversidade da chuva e do sol ao mesmo tempo com seu encontro em um novo aroma de felicidade.
"It's not just my pride
It's just 'til these tears have dried"
By: Amy Winehouse

Em silêncio. . .

Derlour Dantas

Eu descompasso. Não sei brincar de ciranda, nessa roda torpe, humana, de concretos. Gosto do cheiro da chuva e do som da madrugada. Não sei acompanhar o ritmo Techno, tampouco as divisões humanas, no fundo eu era para ser outro bicho, salamandra... Estava indo ao sono, mas as palavras eram tantas. Descarregar é preciso, viver nem tanto... Parafraseando pobremente o Pessoa. Perdi a rima e o ritmo, não era mesmo para ser poesia. Eu queria que as lágrimas fossem de estrelas pequeninas, ao menos haveria um brilho. Um minuto, ninguém vai ler isso e os alguns que lerem, possivelmente, não entenderão. Resumindo: estou um caos dentro e fora de mim!

Perdi mais uma oportunidade de ficar ocultado e em silêncio, todos ganhariam mais! Poupe-me, pelo menos por agora, das críticas...

Azul escuro quase negro ¹

Derlour Dantas

Pensei em escrever, dizer tanta coisa que acabei me perdendo. Pensei em falar sobre a criança loira voando contra o vento que vi essa tarde. Ou mesmo falar sobre as curvas sinuosas que senti das brisas noturnas. Queria até mesmo falar do céu tão azul que estava quase negro, sem estrelas e sem luar... Eram tantas coisas para serem ditas ou descritas, que me perdi. Agora o que ficou foi um vazio singelo e silencioso. Um incômodo tão pequenino que quase não sentiria se não fossem as palavras soltas no silêncio. Eu tentei te contar besteiras, mas não tinha ninguém do outro lado da linha para me escutar...

Vamos brincar de novo para sempre?

Derluh Dantas
Asas azuis e outras tantas laranjas, ambas com bordas pretas. Às vezes tenho medo de estar fazendo tantas outras coisas que não consiga mais percebê-las. Jogava gude e empinava pipa quando tinha medo do monstro de baixo da cama. Eu não sabia cozinhar, ainda não sei, mas antes me acreditava ser um grande mestre gourmet. Na areia da praia, no meio fio da rua onde tantas pessoas se apressavam e eu apenas corria por gostar de correr, em meio ao mato por cortar eu encontrava coisas perdidas, esquecidas e assim construía meu tesouro. Antes eu pulava e em um pulo desgrenhado eu alcançava as nuvens fazendo a chuva bailar. Eu não quero me esquecer das coisas perdidas, das brincadeiras e das tantas coisas coloridas. Porém, algo mudou, eu tenho dores de cabeça e responsabilidades que me fazem não querer. Eu sei de quase tudo isso, mas: Júnior, vamos brincar de picula, esconde-esconde, casinha? Eu quero brincar com você de colorir essa rotina cinza... Vamos ser parceiros de brincadeira até o “para sempre” arvorecer e a gente poder brincar de ser grande e ser novamente livres depois do anoitecer?

Eu quero brincar...

Derlour Dantas

Meu faz de contas infantil? Eram tantos, imaginava que ter 18 anos seria algo tão diferente do que foi. Eu cheguei a pensar que algum dia encontraria um tesouro mágico ou iria descobrir que era uma alienígena ou ser mágico perdido na forma de um “normal”. Meu brinquedo preferido era um misturador de drink’s de cristal, que minha mãe guardava no baú que eu achava ser de materiais mágicos. O misturador parecia uma vara mágica de condão, tinha uma ponta azul e o resto era um cristal translúcido e frágil. Um dia qualquer o quebrei com minha total desastrice que me acompanha. Eu pensava que ser grande era divertido, que eu poderia ser livre e experimentar a liberdade. Agora sei que a liberdade era aqueles dias de criança em que sabia do monstro de baixo da cama e das fadas entre as flores mágicas que me divertiam. Júnior, que brincar comigo? Para sempre?

Sobre a Liberdade' - parte I

Derluh Dantas

Eu não sei. Estou atrasado, mas o sol me parece um paraíso nocivo. Tenho dores de cabeça à noite pelo peso do sol durante o dia. Apaguem as luzes, liguem o vento e deixem a água transcorrer as veredas. Quero inundar minha mente. Quero apagar minhas lamparinas da razão e descansar por um segundo. Após o descanso quero atravessar o mar, correr as ladeiras e encontrar a Liberdade. Na Liberdade o meu amor estará sorrindo com um abraço disposto nos braços. Na Liberdade, o Curuzú se fará festa e ninguém nos olhará diferente ou assustado, à final nosso amor será calmo e respeitado, como todo amor deve ser!

Santa Pesquisa: