No noticiário:
“Um homem é espancado até a morte depois da parada do orgulho gay”
Morte cerebral confirmada
Esse homem era homossexual, mas nem isso pode ser dito
A polícia não tem pistas dos culpados
Querem saber quem são?
Eu, eles e você.
Pois é.
No jornal pode ser visto sangue e assassinatos
Seja de heteros ou homossexuais, tanto faz
Muda quando é político ou celebridade
Ou rico de mais em aviões internacionais
Se forem esses casos, tem vários suspeitos
A TV então se resume nessa noticia
A sociedade tem que parar por empatia
Mas na novela das oito é proibido um beijo entre iguais
O cômico é que homossexuais acompanham as novelas
Se emocionam e dão IBOPE
Mas eles não se relacionam afetivamente, são seres bizarros
Então temos os guetos e paradas e passeatas e tanto mais
No fundo um grito de socorro, de liberdade
Mas no final, no noticiário da TV temos os “seres exóticos”
E os tantos assaltos, violências e assassinatos
Nossas crianças aprendem desde cedo que a morte existe
Mas pós-game over tem o reinicie
E na TV, os desenhos animados têm mortes e lutas, batalhas
Ensinamos as crianças a serem fortes, persistentes e bater
Mas se essa criança for diferente
Seja com algum tipo de deficiência, especialidade ou identidade sexual não-hegemônica
- Sinto muito filho, se esconda, chore e mude
Nas Igrejas, casa do Senhor Pai, grades e portas fechadas
Dentro delas pessoas muito bem vestidas e apanhadas
Fora delas, tantos mendigos e perdidos, que muito se assemelham ao Filho do Pai
Tantas contradições, mas uma me desperta maior interesse
No noticiário da tarde, do meio dia, da noite: tem corpos em sangue
Mortos na calçada, no asfalto, estupros, gravidez precoce, violências várias
Qualquer um pode ver, tem até classificação livre
Mas quando se fala em amor entre iguais, a polêmica se instala
Isso pode influenciar, apologia ao ‘homossexualismo’ não é permitido
Mas apologia a violência, parece que é socialmente aceito
Percebi recentemente que uma ancora de um jornal conceituado do país, tem um “Sorriso de Monalisa”, incógnito, quando o assunto veiculado é tragédia
O pior: ela já foi protagonista em das que ela apresentou
O que quero dizer é o que eu disse
Mas pra objetivar:
Por que podemos criar monstros de destruição, com tantas cenas de violências disponíveis para nossas crianças, mas não podemos apresentar a elas que existem pessoas diferentes do papai e da mamãe, ou se eles são diferentes eles merecem sim serem respeitadas e representadas pela “a arte imita a vida”, mas possibilita uma reflexão de mudança, já que essa imitação não é fidedigna? (isso é uma pergunta retórica, tantas são as possíveis respostas...)
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