Noticias na TV?'


Derlour Dantas

No noticiário:

“Um homem é espancado até a morte depois da parada do orgulho gay”

Morte cerebral confirmada

Esse homem era homossexual, mas nem isso pode ser dito

A polícia não tem pistas dos culpados

Querem saber quem são?

Eu, eles e você.

Pois é.

No jornal pode ser visto sangue e assassinatos

Seja de heteros ou homossexuais, tanto faz

Muda quando é político ou celebridade

Ou rico de mais em aviões internacionais

Se forem esses casos, tem vários suspeitos

A TV então se resume nessa noticia

A sociedade tem que parar por empatia

Mas na novela das oito é proibido um beijo entre iguais

O cômico é que homossexuais acompanham as novelas

Se emocionam e dão IBOPE

Mas eles não se relacionam afetivamente, são seres bizarros

Então temos os guetos e paradas e passeatas e tanto mais

No fundo um grito de socorro, de liberdade

Mas no final, no noticiário da TV temos os “seres exóticos”

E os tantos assaltos, violências e assassinatos

Nossas crianças aprendem desde cedo que a morte existe

Mas pós-game over tem o reinicie

E na TV, os desenhos animados têm mortes e lutas, batalhas

Ensinamos as crianças a serem fortes, persistentes e bater

Mas se essa criança for diferente

Seja com algum tipo de deficiência, especialidade ou identidade sexual não-hegemônica

- Sinto muito filho, se esconda, chore e mude

Nas Igrejas, casa do Senhor Pai, grades e portas fechadas

Dentro delas pessoas muito bem vestidas e apanhadas

Fora delas, tantos mendigos e perdidos, que muito se assemelham ao Filho do Pai

Tantas contradições, mas uma me desperta maior interesse

No noticiário da tarde, do meio dia, da noite: tem corpos em sangue

Mortos na calçada, no asfalto, estupros, gravidez precoce, violências várias

Qualquer um pode ver, tem até classificação livre

Mas quando se fala em amor entre iguais, a polêmica se instala

Isso pode influenciar, apologia ao ‘homossexualismo’ não é permitido

Mas apologia a violência, parece que é socialmente aceito

Percebi recentemente que uma ancora de um jornal conceituado do país, tem um “Sorriso de Monalisa”, incógnito, quando o assunto veiculado é tragédia

O pior: ela já foi protagonista em das que ela apresentou

O que quero dizer é o que eu disse

Mas pra objetivar:


Por que podemos criar monstros de destruição, com tantas cenas de violências disponíveis para nossas crianças, mas não podemos apresentar a elas que existem pessoas diferentes do papai e da mamãe, ou se eles são diferentes eles merecem sim serem respeitadas e representadas pela “a arte imita a vida”, mas possibilita uma reflexão de mudança, já que essa imitação não é fidedigna? (isso é uma pergunta retórica, tantas são as possíveis respostas...)

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