Tentativas de voltas'


 Derlour Dantas - Com saudades do Cajuh

Meus melhores textos e poesias, eu sinto que me surgem quando eu não tenho ao alcance das mãos a possibilidade ou oportunidade de registros. Tento gravar na memória, mas se perdem como um sopro de outras palavras que surgem. E eu fico com aquela sensação de que o mais importante eu não digo, não registro, não exponho e vou vivendo aos poucos como consigo. De exemplo, no banho *da pouco me veio uma prosa bonita entre o eu, o tempo e as feridas. Era algo sobre uma vontade miúda de voltar aqui, de voltar lá, de voltar para mim. Mas no findar do banho, a poesia já era espumas se desfazendo com o cair das águas do chuveiro e indo para longe com o sugar do ralo. É que o Tempo nem sempre é esse Deus bonito que falaram à canção e tanto dizem em cantigas e orações. O tempo pode ajudar a curar feridas, é verdade, mas o tempo não ajuda com as dores da alma e com as cicatrizes. É que o tempo é bom mesmo, ao que parece, em desgastar, cansar, romper, não sei dizer mais, é que eu queria voltar aqui com um arranjo bonito de palavras e rimas. Mas nem fui pular carnaval, nem senti uma vontade legítima. E eu voltando aqui é o incentivo de um amigo de prosas virtuais e da vontade constante de eu me encontrar comigo e ser de novo esperança, coragem, poesia, vida, sentido e um tanto mais que eu sei que já fui um dia. O tempo não tem sido muito o meu amigo, mas sempre que penso, ele é generoso e eu vou tentando um acordo dele comigo.


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