"E não será a última vez"


Derluh Dantas'
A dor de cabeça deu uma trégua e a febre saiu por aí, deve ter se distraído com alguma novidade. Depois de cinco dias definhando de uma infecção, um raro momento de sanidade e de raciocínio lógico.
Um amigo aos moldes da era virtual, mas com a atenção e o carinho daquele velho amigo de infância e janela de casa, fez de sua exposição uma recomendação musical para alguns de seus contatos, dentre eles eu. A música era “Ainda aqui sonhando” de Leo Cavalcanti, no vídeo clipe a parceria com Bruno Serroni.
A música mexeu comigo e num banho quente, no receio da dor ou febre retornarem ao meu corpo, percebi o quanto de sonhos eu deixei pra lá. Não, não leia com pesar estas palavras, eu as digo com alívio. Eu me desfiz de muitos planos e sonhos por eles pesarem como grandes pedras que eu carregava nas costas. Hoje, posso tropeçar neles e rimos da queda, mas já não tenho qualquer saúde ou desejo de carregá-los comigo. Assim vale para pessoas, amigos, amores, faz bem a companhia, mas se for ter que correr atrás, ter que engessar posturas, ter que ser “o sempre igual e legal”, já não me cabe. Eu fico muito melhor dançando no vento e mergulhando em oceanos profundos com sonhos e gente que acrescentem bons sentimentos e belas cores as experiências que vivo... Não mais aquela velha ladainha de decepções e frustrações pra depois dizer que a culpa sempre foi minha. Então, se sou culpado, aceito a sentença, peço a vítima perdão, eu a deixo pelo caminho e que nós nos deixemos VIVER em paz!

Em suma, se for para pesar nas costas, na consciência ou na alma, não sei se vale o conto, para mim vale mais algodão-doce, bexiga em cores e mergulho em águas correntes. Ah! Respeito, Abraços e Sorrisos sinceros ainda que pareçam bobos, valem ainda mais que conto, vale a vida!

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