Derluh Dantas
Ele sentou novamente naquela
margem do rio. Seus olhos estavam mareados, dessa vez eram outros motivos. O
menino já se perdera tantas vezes, agora ele já não se preocupava tanto com o
caminho. Ele estava com saudades dele mesmo, daquele brilho divertido no fim da
tarde. O menino estava amadurecendo. Com esse novo tempo, ele tinha outras
responsabilidades e o mais interessante eram as mãos do menino, estavam como em
oração junto ao peito. Ele não tinha mais o que pedir, apenas agradecia pelos
acordos cedidos pelo Destino. Ele sabia de alguns acontecimentos que foram
evitados, por bondade ou gentileza, de um outro ser, em outro plano, desatinos.
O menino ainda se confundia com a maldade do mundo, com a apatia de alguns, a
indiferença de outros e se assustava com a violência e covardia de tantos. Mas,
no somar das coisas, havia uma paz que rondava a imagem daquele menino. Ele
fora sincero até o momento, ele cometeu muitos erros, mas sempre tentou ao
máximo ser íntegro em seus equívocos, seus devaneios. O menino ainda não tem
seu conto de vida, mas já tem muitos contos para colorir caminhos. E assim, deixo o menino em sua confusão de
rotina, com o desejo de outra história e a gratidão de toda sua vida. Sinta sua
liberdade fluir, menino.
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