Derluh Dantas
Uma
vontade daquela companhia que a gente fala dos problemas, da vida abertamente,
sem competição pra saber quem está numa situação pior... Só desabafo e
companheirismo mesmo!
Depois
da descarga de situações, relatos e emoções, a gente riria abertamente, se
dando conta do total desespero do nosso encontro e momento, na sequência,
respirar fundo, se entre olhar compreendendo que ainda vale a pena persistir de
algum jeito.
Mas, a
solidão tem me sido uma boa conselheira, em partes. A pessoa fala aquela
"opinião" toda incrustada de intolerância e preconceito, eu ensaio
uma resposta, um contra-argumento, um questionamento, enquanto vou tecendo as
palavras, eu me dou conta de que já tivemos essa conversa, que já tentei esse
diálogo, respiro fundo e percebo que não me cabe.
Eu sou
cheio de falhas, medos, preconceitos e um tanto de equívocos, não me cabe levar
clarão a quem quer que seja. Eu tenho uma chama acesa, como acredito que todos
tenham e tenho preservado ela com todo meu amor e seiva, quando percebo que ela
pode guiar alguém a saída das trevas, eu a utilizo... Quando acho que ela irá
ofender aos olhos acostumados com o fundo da caverna, que não deseja
iluminação, mas prefere a ignorância, eu deixo ela quieta.